“Festeira do golpe”: ex-gerente desviava dinheiro de eventos via Pix
De acordo com a empresária lesada, a ex-gerente chegou a usar o Pix de uma empresa de lingerie para receber o dinheiro das festas infantis
atualizado
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Conhecida há 15 anos no mercado brasiliense de eventos, principalmente por realizar festas infantis, uma empresária acusa sua ex-gerente de desviar cerca de R$ 20 mil pagos por vários clientes que haviam contratado os serviços da empresa SayoSweets. O caso é investigado pela 38ª Delegacia de Polícia (Vicente Pires).
De acordo com a empresária Sayonara Cabral Barbosa, 47 anos, a fraude cometida pela ex-empregada durou cerca de quatro meses, entre novembro do ano passado e fevereiro deste ano. A funcionária, identificada como Débora Cristina Silva Zica, 49 anos, teria fornecido chaves pessoais do Pix e até de uma loja de lingerie de sua propriedade para receber o dinheiro transferido por pessoas que haviam contratado as festas.
Segundo a empresária, Débora recebeu um chip com número específico da empresa para que ela tratasse sobre detalhes de cada evento com os clientes. “Eu confiava, pois ela cuidava de praticamente todos os trâmites administrativos, como checklist, formalização dos contratos, orçamentos e pagamentos. Simplesmente todas as comemorações que fechamos ela embolsou o dinheiro e não repassou nada para a empresa”, explicou.
Veja conversas entre a ex-gerente e clientes:
Filha golpista
Após ter uma série de problemas com a então gerente, a empresária a demitiu. “Eu ainda não sabia que ela tinha desviado tanto dinheiro. Tanto que, mesmo assim, ela me pediu para que eu contratasse a filha dela, que também trabalhava com a organização de festas. Assim foi feito e a filha da Débora começou a trabalhar conosco e manteve o mesmo esquema da mãe, desviando nosso dinheiro”, contou.
Quando a empresária percebeu os desfalques, já era tarde demais. ” A filha da Débora demorou duas semanas para me entregar o celular funcional, com a desculpa que queria deixar todas as pendências em dia e com a organização das festas resolvida. Mas, na verdade, o objetivo era terminar de repassar as chaves Pix delas para os clientes transferirem o dinheiro”, lamentou.
A dona da empresa comentou que, após passar por dois longos anos muito difíceis por conta da pandemia, o prejuízo provocado pelas duas ex-funcionárias foi um duro golpe. “Procuramos nos reinventar durante o lockdown, vendendo kits, bolo de pote e tudo que foi possível para que não demitíssemos nossos funcionários. No entanto, tivemos que absorver mais esse prejuízo”, desabafou.
O outro lado
Procurada pela coluna, a defesa da ex-gerente afirmou que a sua cliente não embolsou qualquer valor. “Isso não está provado. Também não foi intimada pela Polícia Civil a prestar depoimento. Esta será a única declaração que daremos neste momento. Confiamos na Justiça e as informações necessárias ao deslinde do caso serão prestadas à polícia e ao Judiciário”, afirmou o advogado Tayann Felipe Carvalho