Ferrari apreendida em ação contra youtuber não será devolvida. Entenda
O veículo está registrado no nome do youtuber Klebim, mas era utilizado pelo empresário Eduardo Bastos de Assis, autor do pedido na Justiça
atualizado
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A Justiça do Distrito Federal negou o pedido feito pela defesa do empresário Eduardo Bastos de Assis para restituir a Ferrari 458 Spider, apreendida pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) na Operação Huracán, ação coordenada pela Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF) que apurou lavagem de dinheiro fruto de rifas ilegais, em março deste ano.
O veículo está registrado no nome do youtuber Kleber Rodrigues de Moraes, mais conhecido como Klebim, apontado como líder da suposta organização criminosa, mas era utilizado e exibido nas redes sociais pelo empresário.
A defesa alegou que o veículo havia sido adquirido pelo empresário, que já teria pagado parte do seu valor para o youtuber. Também justificou a restituição alegando que o veículo importado era usado pelo empresário para fins profissionais, ora na divulgação de seus artistas, ora no engajamento de clipes e redes sociais.
Requereu também a restituição com a promessa de pagamento das parcelas remanescentes, mediante depósito judicial. O Ministério Público do DF (MPDFT) oficiou pelo indeferimento do pedido, sob o fundamento de que o veículo se encontra registrado em nome do investigado e sua apreensão ainda interessa à persecução penal, devendo a questão de origem do bem e sua forma de aquisição ser devidamente esclarecida antes de ser tomada qualquer decisão tendente a sua restituição.
Na decisão, o juiz justificou o indeferimento em razão da existência de indícios de que os recursos financeiros utilizados pelo youtuber para aquisição do veículo eram provenientes de ilícitos penais. O veículo segue abrigado pela PCDF em depósito coberto e protegido da ação do tempo.
Tentativa de reaver Lamborghini
Nessa quinta-feira (14/7), a coluna mostrou que a Justiça, pela segunda vez, negou o pedido feito pela defesa de Klebim, para restituir a Lamborghini Huracán e mais 19 veículos de luxo apreendidos na operação. O superesportivo avaliado em cerca de R$ 3 milhões era usado pelo influencer.
A defesa dele alegou que a manutenção dos carros sob o cuidado do Estado “traz elevado risco de avarias nos bens”, pois estariam expostos a adversidades climáticas, em local aberto e sem qualquer tipo de proteção.
O Ministério Público requereu o indeferimento do pedido, alegando que os bens estavam diretamente relacionados à prática das atividades ilícitas. Chamada a se manifestar, a PCDF apontou que os automóveis estão abrigados em depósito coberto e protegidos da ação do tempo.
Por meio de nota, a defesa de Klebim disse que não tentou reaver a Lamborghini, tampouco pediu para devolver os veículos apreendidos na ocasião em que foi deflagrada a operação Huracán.
Leia a nota na íntegra:
“A defesa do influencer Klebim vem esclarecer que não tentou reaver o veículo Lamborghini, tampouco pediu para devolver os veículos apreendidos na ocasião em que foi deflagrada a operação Huracán. Em verdade, o único pedido formulado perante a Justiça do DF foi no sentido de que alguns dos veículos apreendidos fossem colocados na posse do influencer, na condição de fiel depositário, tão somente para preservar a integridade dos bens, que estavam deteriorando a céu aberto no pátio do Polícia Civil. O referido pedido, contudo, foi superado em razão de a Autoridade Policial ter providenciado, poucos dias após o pleito, o armazenamento dos veículos em um galpão coberto, medida condizente com a pretensão inicial da defesa. É importante destacar que o veículo Lamborghini não constava do pedido formulado, uma vez que foi guardado em local coberto desde o dia da apreensão”, disse.
Veja fotos da operação:
A operação
Em março deste ano, a PCDF cumpriu quatro mandados de prisões temporárias e sete de busca e apreensão. Também determinou o sequestro de nove carros de luxo, como Ferrari, Lamborghini e Mercedes, assim como o arresto de uma mansão no Park Way avaliada em R$ 4 milhões. A corporação ainda pediu o bloqueio de R$ 10 milhões das contas de quatro investigados e de três empresas envolvidas no esquema criminoso.
As investigações da Operação Huracán apontaram que o influenciador digital utilizava seus perfis nas redes sociais para promover e realizar sorteios de veículos de luxo, com sofisticados sistemas de som e customização. Klebim e outros três alvos foram presos temporariamente pelos crimes de lavagem de dinheiro e exploração de jogos de azar.
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