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Feminicídio: vizinhos ouviram gritos de socorro, mas não chamaram PM

Dois vizinhos disseram ter ouvido gritos, pancadas, brigas e pedidos de socorro antes de feminicídio, mas não ligaram para PM

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O corpo da vítima de feminicídio é retirado pelo IML após perícia da Criminalística da Polícia Civil do Distrito Federal 2
1 de 1 O corpo da vítima de feminicídio é retirado pelo IML após perícia da Criminalística da Polícia Civil do Distrito Federal 2 - Foto: BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto

Diana Faria Lima, vítima de feminicídio que morreu estrangulada pelo companheiro, chegou a gritar por socorro. Dois vizinhos disseram ter ouvido os gritos, mas não ligaram para a Polícia Militar. Ambos afirmaram que até pensaram em acionar a PM, mas mudaram de ideia por conta da frequência das brigas do casal, que acabavam sempre voltando.

Foi isso que as testemunhas contaram quando interrogadas pelos policiais civis. Uma delas detalhou ter escutado Diana gritar por socorro e dizer: “Me mata logo então, acaba com esse sofrimento”, por volta das 5h. Ela disse que “discou para acionar o 190, mas não chegou a efetuar a ligação”, como consta no depoimento.

A vizinha justificou dizendo que “devido ao histórico de Daiana com Kelsen [suspeito do feminicídio]”, e após as vezes em que ela ligou para a PM, mas a mulher “reatou o relacionamento”, decidiu não telefonar.

Uma outra testemunha deu relato parecido. “Que escutou as pancadas na parede, entretanto achou que o autor estava batendo na parede. Por volta das 6h da manhã escutou a pancadaria. Batendo bastante na parede. Que escutou a vítima pedir socorro por volta das 6h20. Contudo, não quis ligar, pois toda vez que chamava a Polícia Militar, a vítima falava que estava tudo bem ou o autor sumia”, traz o depoimento prestado na delegacia.

O crime

O homem acusado de matar estrangulada Diana Faria Lima, aos 37 anos, chegou a dizer aos bombeiros que ela tinha caído no banheiro. A mulher foi morta, estrangulada pelo companheiro, Kelsen Oliveira de Macedo, 42, por volta das 8h35 desta segunda-feira (15/1), em Ceilândia.

O suspeito se apresentou à polícia nesta tarde. Ele foi até a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) 2, em Ceilândia, a presença de um advogado advogado, e decidiu ficar em silêncio. Os agentes ressaltaram ao defensor que o autor não foi apresentado de forma espontânea, já que a apresentação aconteceu quase 12 horas depois.

O homem coleciona inúmeras passagens pela polícia. O Metrópoles apurou que, desde 2010, o homem é denunciado às autoridades por agredir, ameaçar e injuriar mulheres que já passaram pela vida dele, incluindo a própria mãe.

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Delegada afirma que “delito poderia ter sido evitado com o auxílio da população”, mas ninguém ligou para a polícia
Diana foi encontrada com sinais de estrangulamento
O feminicídio ocorreu na QNM 24, em Ceilândia. O Metrópoles apurou que a vítima se trata de Diana Faria Lima
Informações iniciais sobre o caso dão conta de que um vizinho teria ouvido o casal discutir durante a noite
Kelson é suspeito de estrangular a companheira
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Kelsen Oliveira de Macedo é procurado pela polícia, por suspeita de cometer o crime

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Delegada afirma que “delito poderia ter sido evitado com o auxílio da população”, mas ninguém ligou para a polícia

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Diana foi encontrada com sinais de estrangulamento

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O feminicídio ocorreu na QNM 24, em Ceilândia. O Metrópoles apurou que a vítima se trata de Diana Faria Lima

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Informações iniciais sobre o caso dão conta de que um vizinho teria ouvido o casal discutir durante a noite

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Kelson é suspeito de estrangular a companheira

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Vítima tinha 37 anos

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Diana Farias foi encontrada morta na manhã desta 2ª feira, na QNM 24 de Ceilândia. Kelsen Oliveira de Macedo fugiu após cometer feminicídio

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Vizinhos relataram que ouviram discussão entre o casal

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Diana Faria Lima, 37 anos

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Ele tinha ao menos 11 ocorrências registradas contra ele por crimes de violência doméstica

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“Ela foi agredida durante toda a madrugada e ninguém informou à Policia Militar ou à Polícia Civil o que estava ocorrendo, e essa mulher acabou vindo a óbito”, afirmou. “Esse delito poderia ter sido evitado com o auxílio da população”, declarou a delegada Letízia Lourenço, chefe da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher 2 (Deam 2).

 

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