Falso policial passou em exame da PMMG após pegar R$ 4 mil de vítima
O nome de Samuel foi publicado, em 2021, no ato de resultado da 1ª fase e convocação para a 2ª fase de admissão ao curso de formação da PMMG
atualizado
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O falso policial, conhecido por “Don Juan”, Samuel Carlos da Silva Batista, 31 anos, foi aprovado no concurso público da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) após pegar cerca de R$ 4 mil de uma de suas vítimas a fim de realizar o certame.
Na conversa, inicialmente, ambos comemoraram a aprovação. “Eu já sabia que você tinha passado, por isso fiquei tranquila. Deus tem o melhor para você”, disse a vítima. O estelionatário agradece e a chama de “amor da vida” dele.
Em outro print, no entanto, a mulher cobra o dinheiro que emprestou e diz: “Estou desesperada, nunca fiquei sem dinheiro. Todas as minhas economias te emprestei”, reclama. O então companheiro responde que tudo será resolvido em pouco tempo.
Leia os prints da conversa:
O nome de Samuel foi publicado, em 2021, no ato de resultado da 1ª fase e convocação para a 2ª fase de admissão ao curso de formação de soldados da Polícia Militar de Minas Gerais para 2022.
Confira:
Relembre o caso
Como foi revelado pela coluna Na Mira, dos jornalistas Mirelle Pinheiro e Carlos Carone, com lábia afiada, muito tempo livre e um cardápio infindável de mentiras, o falso policial militar seduziu, namorou e limpou as contas bancárias de pelo menos quatro mulheres do Distrito Federal. Se relacionando simultaneamente com todas elas, o “Don Juan” se passava por policial militar do DF, de Goiás, além de policial penal.
Para cada personagem encenado, Samuel Carlos usava diferentes fardas. Apenas uma das vítimas amargou um prejuízo de R$ 90 mil. Nas delegacias do DF, são pelo menos quatro ocorrências contra Samuel. A Justiça chegou a expedir medida protetiva para uma das vítimas.
Quando uma das enganadas desconfiou, a rede de mentiras foi desmantelada e uma enxurrada de ocorrências registradas em diferentes delegacias da Polícia Civil do DF. O modus operandi do estelionatário era sempre o mesmo: conhecia as vítimas por meio de um aplicativo de relacionamento – normalmente o Tinder – ou por intermédio de amigos em comum. Sedutor, o larápio logo passava a fazer parte da vida delas.
Depois de alguns meses de namoro, o golpista colocava em prática a estratégia para arrancar dinheiro. Apesar de supostamente integrar as fileiras da PMDF ou da PMGO, o estelionatário fingia estar com as contas bancárias bloqueadas. “Ele ganhava a confiança, era carinhoso, amoroso, e fazia todas as vontades. Depois de algum tempo, começava a pedir R$ 2 mil, R$ 3 mil, e até carros”, contou uma empresária ouvida pela coluna que passou dois anos namorando o golpista e perdeu R$ 26 mil.
No fim de julho, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por intermédio do trabalho da Delegacia de Atendimento à Mulher— Deam II, cumpriu mandado de buscas e apreensões em dois endereços vinculados ao homem, investigado por estelionato amoroso.
Na operação, a polícia apreendeu objetos e pertences usados pelo suspeito para enganar as vítimas, como uma pistola de pressão, um punhal, uma algema, coldres e distintivos com o brasão da República, bem como vestimentas que se assemelham às usadas por corporações policiais militares.