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Falso major aviador da FAB extorquiu advogada e deu golpe em médica e professora

Advogada do DF disse que foi chantageada pelo golpista e teve de financiar carro de R$ 200 mil. Polícia Civil no DF, Goiás e MG investigam

atualizado

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Homem e mulher no mar
1 de 1 Homem e mulher no mar - Foto: Reprodução

As polícias civis do Distrito Federal (PCDF) e de Goiás (PCGO) investigam o caso de um falso major aviador da Força Aérea Brasileira (FAB) por crimes de extorsão e estelionato amoroso. Marcelo Bechtel é acusado por um grupo de mulheres, em dois estados, além do DF, de aplicar golpes financeiros após manter relacionamentos amorosos com as vítimas.

Em apenas um dos casos, o homem, que se apresentava falsamente como oficial da Aeronáutica aposentado e piloto comercial, extorquiu R$ 200 mil de uma advogada após chantageá-la. A coluna conversou com a vítima, que aceitou contar os detalhes mediante anonimato. De acordo com a mulher, ela conheceu o suposto aviador por meio de uma amiga. “Isso ocorreu durante a pandemia. Uma amiga o conheceu por um aplicativo de namoro e me apresentou. No entanto, não houve relação amorosa, mas sim uma amizade, que depois virou pesadelo.”

A advogada relatou ter saído duas vezes com o falso major para um café e, depois, para uma pizzaria. “Acabamos ficando amigos, e ele sempre fazia questão de dizer que havia se aposentado da FAB e trabalhava como piloto para um empresário. Além disso, frisava muito que conhecia todos no governo federal, principalmente o presidente da República à época, Jair Bolsonaro, do qual o chamava de ‘PR'”, disse a advogada.

Veja imagens do falso major aviador da FAB:

6 imagens
O suspeito é investigado pela polícia
O homem se passava por oficial da FAB
Ele fez com que uma das mulheres financiasse um veículo para ele
Ele enganou médica, advogada e professora
O falso major com uma de suas vítimas
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Falso major teria enganado mulheres

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O suspeito é investigado pela polícia

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O homem se passava por oficial da FAB

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Ele fez com que uma das mulheres financiasse um veículo para ele

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Ele enganou médica, advogada e professora

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O falso major com uma de suas vítimas

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Chantagem

Acreditando ter se tornado amiga do golpista, a vítima confidenciou algumas informações que implicavam uma terceira pessoa em seu ambiente de trabalho. “Com esses dados, ele passou a me chantagear afirmando que destruiria a vida da pessoa caso eu não financiasse um carro de R$ 200 mil para ele. Acabei cedendo após ele falar que pagaria as parcelas do veículo”, afirmou a mulher.

O estelionatário simulava o pagamento das mensalidades forjando comprovantes bancários para que a advogada não percebesse o golpe. Depois de meses, o banco começou a cobrar, e a Justiça expediu mandado para que o veículo fosse apreendido. “Ele fez tudo para evitar a ação, dando endereços errados para que o carro jamais fosse encontrado”, explicou.

No fim das contas, a advogada quitou o veículo e conseguiu recuperá-lo, mas o Toyota Corolla já estava com mais de 200 mil quilômetros rodados e com dezenas de multas, todas contabilizadas na carteira de habilitação da advogada. “Como o carro estava no meu nome, ainda tenho que lidar com prejuízos causados por esse golpista com as multas. Ele usava o carro para viajar com namoradas, que também foram enganadas e sofreram prejuízos”, disse.

Benefício aéreo

Uma das namoradas que acreditava se relacionar com um piloto de aviões era médica e perdeu pelo menos R$ 18 mil. O golpista falava para a então companheira que tinha direito a um suposto “benefício aéreo” por ter sido major aviador da FAB. O estelionatário garantia que, mediante o pagamento de valores entre R$ 6 mil e R$ 8 mil, teria o direito de escolher passagens aéreas para qualquer destino do planeta, em qualquer época do ano.

A então namorada se interessou e pagou o tal benefício para ela e dois filhos. Obviamente, as passagens nunca foram emitidas, e a mulher amargou o prejuízo. Ocorrências policiais também foram registradas na Delegacia Especial de Atendimento a Mulher (Deam) em Goiânia e em Montes Claros, no interior de Minas Gerais. Uma das vítimas é professora, que também se relacionou com o Don Juan e acabou emprestando dinheiro ao suspeito.

Sempre depois de explorar financeiramente as mulheres, o homem desaparecia ou terminava o relacionamento sem dar muitas explicações. Em alguns casos, as mulheres descobriram as seguidas mentiras contadas pelo golpista. Um grupo no WhatsApp foi criado para que as mulheres vítimas de Marcelo se unissem e trocassem experiência a fim de passar mais informações à polícia.

O outro lado

A coluna procurou Marcelo Bechtel, mas ele não atendeu às ligações e também não respondeu às mensagens enviadas por meio de WhatsApp. O espaço permanece aberto para eventuais manifestações.

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