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Falso diácono: taxista e moradores de condomínio estão entre vítimas

Marcos Antônio Oliveira Batista teria fugido após conseguir dinheiro emprestado. Ao Metrópoles, outras vítimas contam mais casos

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Imagem colorida de um homem branco, usando camiseta laranja e sorrindo
1 de 1 Imagem colorida de um homem branco, usando camiseta laranja e sorrindo - Foto: Reprodução

O homem de 27 anos que se passou por diácono da Igreja Católica em Brasília já foi denunciado por aplicar golpes em dois moradores de um condomínio de luxo do Setor de Hotéis e Turismo Norte (SHTN). Marcos Antônio Oliveira Batista (foto em destaque) teria pego dinheiro emprestado junto às vítimas e desaparecido em seguida.

O caso é de pouco mais de um ano atrás, 9 de julho de 2023. Uma das vítimas procurou a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) no dia 31 do mesmo mês para registrar boletim de ocorrência. De acordo com as investigações, Marcos alugou um apartamento para ficar durante alguns dias. No período, o homem se apresentou como padre e médico, e passou a se incluir na rotina dos moradores, que viviam, até, então, em harmonia.

Usando da simpatia para conseguir a confiança dos moradores, o falso religioso continuou se aproximando das vítimas, até que, em 8 de julho, pediu R$ 300 a uma moradora e R$ 250 a outro vizinho. Após conseguir o dinheiro, Marcos deixou o condomínio e nunca mais deu as caras.

Ainda de acordo com as investigações, as vítimas procuraram saber mais do homem que havia conquistado a vizinhança e sumido com os R$ 550 em mãos. Nesse momento, os moradores leram relatos nas redes sociais indicando outros golpes supostamente cometidos por Marcos Antônio.

A 5ª Delegacia de Polícia (área central) investiga o caso.

Golpes em vários estados

Ao Metrópoles moradores do DF e de São Paulo (SP) alegam ter sofrido golpes de Marcos Antônio. Um homem que preferiu não ser identificado disse que conheceu o acusado em dezembro de 2021, em uma festa de Ano-Novo em Brasília. “Ele se dizia médico e falava que estudava em Portugal. Acabei emprestando um bilhete de passagem aérea para ele ir ao país europeu, além de R$ 1 mil, que ele disse que seria para uma amiga dele. Depois disso, ele começou a dar desculpas”, relata.

“A conversa dele não era fajuta, ele te fazia acreditar no personagem, ia te convencendo com histórias sem furos aparentes”, relembra a vítima.

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Nas redes sociais, ele registrou fotos em igrejas de São Paulo (SP)
Homem postava fotos usando bata
E também postava imagens mais descontraídas
Redes sociais de Marcos contêm fotos em várias cidades diferentes
Indivíduo teria feito vítimas no DF, em SP e em outras unidades da federação
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Marcos Antônio se passou por diácono em Brasília

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Nas redes sociais, ele registrou fotos em igrejas de São Paulo (SP)

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Indivíduo teria feito vítimas no DF, em SP e em outras unidades da federação

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Seguidores afirmam que ele costumava deletar um perfil e criar outro em seguida, para despistar vítimas

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Um morador de São Paulo (SP) acusa Marcos Antônio de se passar por padre e dar golpes em fiéis de paróquias da capital paulista. O rapaz reuniu relatos de outras vítimas do indivíduo, que contam ter sido abordadas por ele pedindo dinheiro para vaquinhas, passagens de avião e procedimentos médicos.

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“Ele dava o golpe nas pessoas e ia apagando os perfis das redes sociais para não ser encontrado. Depois, fazia outras contas”, conta o morador de SP, que também pediu anonimato.

As acusações contra Marcos Antônio se acumulam no X, ex-Twitter. Um perfil chegou a divulgar um vídeo, supostamente gravado em 2021, onde o acusado afirma ser policial e faz ameaças.

Assista:

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu o falso religioso na cidade de Paranacity (PR) na última segunda-feira (1º/7), pelo crime de estelionato. De acordo com a corporação, Marcos Antônio não apresentou documento de identidade no momento da prisão, apenas um certificado se intitulando diácono.

Ainda segundo a PCPR, Marcos acumula inúmeras denúncias de estelionatos e furtos em diversas cidades e estados. No município de Cruzeiro do Sul (PR), o acusado apresentou comprovantes falsos de Pix após realizar um tratamento odontológico em uma clínica, e também ao comprar cervejas em um estabelecimento. Em Londrina (PR), o indivíduo é acusado de pedir uma corrida de táxi e também mostrar um comprovante forjado ao taxista.

Taxista dá detalhes

Após a veiculação do caso por parte do Metrópoles, o taxista procurou a reportagem para revelar o golpe cometido por Marcos Antônio. Passando-se por padre, o homem fingia pagar pela corrida com um comprovante falso de Pix, e quando era cobrado, dizia que o banco impediu a transação. “O banco me ligou para confirmar a transação e disse que eu errei ao colocar o seu nome. Me passe agência e conta que farei novamente a transferência”, disse o golpista. A transação nunca foi concluída.

Ata falsa

A Arquidiocese de Brasília expôs e denunciou Marcos Antônio na última quarta-feira (3/7). Ele teria produzido uma ata de ordenação diaconal, mas a Igreja atesta que o documento é fake.

A organização religiosa divulgou detalhes do caso por meio das mídias sociais. Em postagem no Instagram, a Arquidiocese compartilhou uma imagem do documento adulterado. O texto da ata afirma que, em 2 de dezembro de 2020, na Catedral de Brasília, Marcos Antônio teria sido reconhecido como diácono. “A celebração contou com presença de numerosos fiéis”, afirma o registro forjado.

Veja:

Print de um falso comunicado, exposto pela Arquidiocese de Brasília
Falsa ata de nomeação do acusado

“A Arquidiocese de Brasília informa que, nem Dom Paulo Cezar Costa [arcebispo de Brasília] ou outra autoridade eclesiástica supostamente envolvida têm conhecimento de qualquer oficialidade para realização desse Sacramento da Ordem”, ressaltou a instituição. “[Nem] sequer existem as legítimas cartas dimissórias de tal pessoa.”

A instituição acrescentou que desconhece Marcos Antônio. “Estamos tomando as medidas necessárias para corrigir as informações falsas e preservar a integridade de nossa comunidade”, completou o texto.

A reportagem tenta localizar a defesa de Marcos Antônio Oliveira Batista. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.

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