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Exclusivo: celas detonadas na Papuda viram arma para PCC, Comboio e CV

As imagens revelam a precariedade do bloco e alas onde ficam presas lideranças de algumas das maiores e mais perigosas facções do país

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Polícia Penal flagra rombo em parede e impede fuga em massa na Papuda
1 de 1 Polícia Penal flagra rombo em parede e impede fuga em massa na Papuda - Foto: Divulgação

Após a Polícia Penal do Distrito Federal (PPDF) flagrar a tentativa de fuga em massa em uma das alas de segurança máxima do Presídio do Distrito Federal I (PDF1), no Complexo Penitenciário da Papuda, outras fragilidades vieram à tona, desta vez no Presídio do Distrito Federal II (PDF II). Ao menos quatro detentos foram assassinados, neste ano, dentro ou nas imediações do sistema carcerário do DF.

A coluna Na Mira teve acesso com exclusividade a imagens que detalham a precariedade no centro de detenção, tanto dentro quanto do lado de fora das celas. São vergalhões expostos, portas de ferro carcomidas pela ferrugem, remendos no chão das unidades feitos pelos internos para conter infiltrações, além de fendas nas paredes.

As imagens revelam a precariedade do bloco e alas onde ficam custodiadas algumas das lideranças de facções como Primeiro Comando da Capital (PCC), Comando Vermelho e da organização criminosa brasiliense Comboio do Cão. De acordo com fontes do sistema penitenciário ouvidas pela coluna, para um preso, um pedaço de ferro exposto se torna um estoque ou uma faca, ou ainda uma broca para furar estruturas em possíveis tentativas de fugas.

Veja imagens da deterioração no Presídio do Distrito Federal II (PDF II):

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Mortes no sistema

O começo deste ano foi marcado por mortes violentas no sistema penitenciário, boa parte delas em decorrência de espancamentos. Fabrício Martins de Oliveira, morto aos 31 anos, e André da Silva Lopes, aos 26 anos, foram espancados e assassinados por outros custodiados.

O primeiro veio a óbito depois de levar um “mata-leão”, na noite de 24 de janeiro, e André sofreu morte cerebral, em 20 de janeiro, após ter a cabeça esmagada por um lutador de MMA com 40 socos. Já o detento Adriel Carvalho da Silva morreu aos 37 anos, após ser brutalmente espancado por um companheiro de cela na PDF II, na tarde de 14 de fevereiro.

Os policiais retiraram Adriel da cela e solicitaram o atendimento do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF). Os militares chegaram ao local por volta das 19h50 e encaminharam a vítima ao Hospital de Base de Brasília (HBB), onde permaneceu internado, mas não resistiu.

O outro lado

Procurada pela coluna para falar sobre a situação estrutural da unidade, a Secretaria de Administração Penitenciária do DF (Seape-DF) ressaltou que trabalha para manter o complexo da Papuda no topo do ranking dos presídios mais seguros e bem administrados do país. Leia na íntegra, o posicionamento da pasta:

“A Penitenciária do Distrito Federal II (PDFII) integra um complexo inaugurado em 2006. Degradações, decorrentes de vandalismo ou de fatores naturais, são monitoradas diariamente e tratadas em duas frentes concomitantemente. A primeira envolve a identificação dos responsáveis, que podem enfrentar sanções administrativas e/ou penais, conforme a situação. A segunda consiste no isolamento da área afetada e na ativação imediata do Núcleo de Reparos (NUREP), por meio de relatório, para realizar a manutenção, garantindo a segurança do sistema penitenciário.

Com relação aos registros fotográficos recebidos pelo portal Metrópoles, as imagens fazem parte de um relatório de rotina encaminhado ao NUREP, para adoção das medidas necessárias. A divulgação indevida das imagens está sendo apurada na esfera administrativa .

A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF) destaca que, desde 2002, não ocorreram rebeliões ou motins significativos no sistema penal do DF, o que se deve às rigorosas medidas de segurança e ao trabalho preventivo e fiscalizador da Polícia Penal”.

Em setembro deste ano, estruturas foram esburacadas por detentos, que tentavam protagonizar uma fuga em massa do Sistema Penitenciário do DF. À época, a Polícia Penal flagrou um rombo em uma das paredes e conseguiu impedir a ação dos detentos. Engenhosos, os presos usavam massa de pão servido nas refeições para disfarçar que as pilastras estavam serradas e esconder o buraco.

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