Ex que matou policial da Deam 2 morreu com disparos de pistola e fuzil
De acordo com informações apuradas pela coluna, o criminoso abriu fogo com um revólver contra a viatura da PMGO pelo menos duas vezes
atualizado
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Ex-companheiro e autor do feminicídio da policial civil Valderia da Silva Barbosa, da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) 2, Leandro Peres Ferreira, de 46 anos, estava decidido a não se entregar. Ele foi morto em uma troca de tiros com policiais militares do Grupo de Patrulhamento Tático (GPT) da Polícia Militar de Goiás (PMGO) na madrugada de segunda-feira (14/8), às margens da BR-153, em Porangatu (GO).
De acordo com informações apuradas pela coluna, o criminoso abriu fogo contra a viatura da PMGO pelo menos duas vezes. Um dos disparos atingiu a parte de trás do carro policial. Os militares também responderam ao ataque com disparos de pistola nove milímetros e de fuzil. Ao todo, os policiais deram cinco tiros, sendo quatro com as pistolas e um de fuzil.
A arma usada pelo assassino, um revólver calibre 32, estava com duas cápsulas deflagras e três intactas. A arma foi enviada para perícia no Instituto de Criminalística (IC). O armamento usado pelos três integrantes da equipe da Polícia Militar goiana também será examinado.
Após a troca de tiros, Leandro chegou a ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros Militar (CBMGO) e levado ao Hospital Municipal de Porangatu, mas não resistiu.
Facadas
Valderia, de 46 anos, foi brutalmente assassinada com mais de 64 facadas, segundo laudos preliminares do Instituto de Medicina Legal (IML). A agente foi encontrada morta no banheiro de casa, em Arniqueira, na tarde de sexta-feira (11/8). O crime foi o 23º caso do tipo registrado na capital do país neste ano, segundo o Painel de Feminicídios do Distrito Federal.
A vítima atuava como chefe da Seção de Apoio Administrativo, Estatística e Informática da Deam 2. Ela estava recém-separada de Leandro, que teria sacado uma quantia razoável de dinheiro em espécie e planejado a fuga após matar a policial. Ele chegou a deixar uma mala pronta, com roupas e objetos pessoais, para escapar depois de cometer o assassinato.
A violência do ataque impressionou os investigadores. “Nunca vi uma situação tão brutal, tão horrível como essa”, destacou a delegada-chefe da Deam 2, Letízia Lourenço.
Assista:
Vídeo mostra suspeito saindo da casa da mãe, em Taguatinga:
Leandro trabalhava como motoboy e teria aberto uma empresa de transportes e mudanças com a companheira. A sede do negócio ficava no mesmo local onde a vítima morava.
Um dos filhos da vítima, de 23 anos, disse à polícia que encontrou o corpo da mãe no banheiro da casa dela, por volta das 12h30 de sexta-feira (11/8). Desesperado, o jovem acionou a polícia.
Em depoimento, ele contou que a última vez em que havia se comunicado com Valderia tinha sido por volta das 10h30 daquele dia, quando a policial disse que voltava para casa.
Ele chegou ao endereço da mãe, em Arniqueira, e a chamou, como de costume. No entanto, não recebeu resposta e teve um “mau pressentimento”.
O jovem relatou que correu ao quarto dela, mas encontrou a porta fechada. Em seguida, deu a volta no terreno e foi à janela do cômodo, por onde pulou e conseguiu entrar. Nesse momento, viu o corpo da mãe caído no chão do banheiro.
A vítima estava vestida e apresentava um corte profundo no pescoço, com bastante sangue ao redor, segundo o filho de Valderia relatou à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Ele acrescentou que viu outros ferimentos no corpo da vítima, mas que não teve coragem de olhar mais.
Dados preocupantes
De janeiro último até essa sexta-feira (11/8), o número de casos de feminicídios no Distrito Federal chegou a 23 e ultrapassou os registros de todo o ano passado (17).
Dados da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) revelam que a maioria dos crimes (14) ocorreu na casa das vítimas.
As armas brancas foram os instrumentos mais usados pelos agressores para cometer os assassinatos; em seguida, vêm as armas de fogo e asfixia.