Um paciente que estava internado no Hospital Santa Lúcia, na Asa Sul, morreu às 20h25 dessa quinta-feira (25/1), em decorrência de um quadro de dengue hemorrágica. Trata-se do empresário Felipe Francisco de Carvalho Marín.
Ele chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), recebeu atendimento, mas não resistiu. Além dele, ao menos outras quatro pessoas morreram por causa da doença no Distrito Federal, em 2024.
O boletim epidemiológico mais recente da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, divulgado na terça-feira (23/1), contabilizou 16.079 casos de dengue, entre 1º de janeiro e o último sábado (20/1), além de três mortes registradas no mesmo período.
As três vítimas eram pacientes do sexo masculino, com idades entre 5 e 9 anos; 40 e 49 anos; e 70 e 79 anos. As regiões com mais casos, segundo o boletim, são Ceilândia (3.963), Sol Nascente/Pôr do Sol (1.110) e Brazlândia (1.045).
Na quinta-feira (25/1), o Governo do Distrito Federal (GDF) declarou situação de emergência na saúde pública, devido à explosão de casos da virose e ao risco de epidemia de doença.
A medida autoriza o Executivo local a comprar insumos, contratar serviços e profissionais por tempo determinado e, assim, de forma mais rápida, conter o avanço dos casos.
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A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente à morte
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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias
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A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos
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No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses
micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles -- ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes
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Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos
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No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte
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Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue
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Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão
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Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada
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Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona para aliviar os sintomas
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Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas
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Prioridade na vacinação
Ainda nessa quinta-feira (25/1), o Distrito Federal entrou na lista de prioridades do Ministério da Saúde para receber as vacinas contra a doença.
A campanha de vacinação contra a virose começa em fevereiro, com especial atenção para as regiões endêmicas, em 521 municípios brasileiros (9% do total).
A escolha das prioridades seguiu três critérios: municípios de grande porte (com mais de 100 mil habitantes); com alta transmissão da dengue registrada em 2023; e com maior predominância de casos do tipo 2 (Denv-2).
A capital do país tem 194 mil crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, público-alvo apto a receber a vacina. Segundo o ministério, a faixa etária concentra o maior número de hospitalizações por dengue, depois dos idosos.
No caso das pessoas com mais de 60 anos, ainda não há recomendação pela imunização por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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