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Empresa aplica golpe milionário em policiais militares e desaparece

Os cabeças do negócio prometiam reduções de 50% nas parcelas dos empréstimos mediante uma espécie de portabilidade feita pela empresa

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casal cm filho na lancha
1 de 1 casal cm filho na lancha - Foto: Reprodução

Estruturado, um esquema fraudulento organizado por uma empresa de consultoria lesou policiais militares e servidores do Legislativo e Executivo, deixando um rastro de prejuízos estimados em R$ 3 milhões. O golpe captava vítimas que haviam contraído empréstimos consignados em grandes bancos. Após o tombo, os responsáveis pelo negócio fecharam o escritório e desapareceram do Distrito Federal.

A Inside Consultoria teria sua sede no Rio de Janeiro, mas até março deste ano, mantinha um escritório em um coworking, na quadra 512 Sul. A engrenagem que movimentava o estelionato seduzia os servidores públicos com supostas vantagens irrecusáveis e condições de pagamento que não eram praticadas por outros empreendimentos que atuam no mercado.

Os cabeças do negócio prometiam reduções de 50% nas parcelas dos empréstimos mediante uma espécie de portabilidade feita pela Inside, sempre em parceria com operadoras de crédito e algumas instituições financeiras. Para consumar o golpe, funcionários entravam em contato com os servidores públicos pelo telefone, oferecendo a oportunidade de negócio.

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Após o golpe, a empresa fechou as portas e os responsáveis desapareceram
Policiais acusam empresa de aplicar golpe com empréstimos consignados
A empresa tem sede no Rio de Janeiro e mantinha escritório na Asa Sul
Após o golpe, a empresa sumiu da placa de informações
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O casal Diogo Leonardo e Souza e Marcela Torreão são apontados como gerentes do esquema

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Após o golpe, a empresa fechou as portas e os responsáveis desapareceram

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Policiais acusam empresa de aplicar golpe com empréstimos consignados

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A empresa tem sede no Rio de Janeiro e mantinha escritório na Asa Sul

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Redução com “troco”

Para fechar o contrato, a empresa cobrava que o servidor fizesse um novo empréstimo e, assim, a Inside depositaria na conta do cliente valores relativos a 50% da parcela do empréstimo consignado com outros bancos. “Nada mais era do que chamam de cessão de crédito ou redução mediante troco. A portabilidade é falsa. A questão é que depois de alguns meses a empresa deixa de pagar e some com o dinheiro do empréstimo que havíamos negociado com eles”, explicou um policial militar do DF ouvido pela coluna.

O policial teve sua condição financeira comprometida após o golpe. Segundo ele, o valor total do empréstimo que ele tinha com o banco era de R$ 110 mil, e seguia pagando parcelas de R$ 2,3 mil. “O problema é que agora, além das parcelas do consignado que eu já tinha, ainda tenho que pagar outras 96 parcelas de R$ 900 do empréstimo fraudulento. Meu prejuízo total pode chegar a meio milhão. Acredito que esse esquema conte com algum elo dentro dos bancos, pois essa quadrilha conta com informações privilegiadas”, disse.

Outro policial militar margou prejuízo de R$ 80 mil. O PM relatou que os captadores que entram em contato com as vítimas são bons de lábia e muito convincentes. “Eles faziam de tudo para mostrar que o negócio tinha até seguro, que não havia risco financeiro. A empresa era bem estruturada, com setor financeiro, de recursos humanos e administrativo. Era possível ver as pessoas trabalhando”, lembrou.

Gerentes e laranjas

Casado e com três filhos pequenos, um servidor do Ministério da Cultura que já pagava um empréstimo consignado de R$ 61 mil foi até a empresa após receber várias ligações e fechou negócio para ter as parcelas reduzidas em 50%. “Eu pagava R$ 600 e passaria a receber R$ 300 da Inside após eu pegar um novo empréstimo no valor de R$ 64 mil, pagos em 96 meses. Iria dar um saldo final de R$ 144 mil. No entanto, após sumirem com o dinheiro, passei a pagar R$ 2,3 mil”, desabafou.

Tanto os policiais quanto outros servidores enganados pelo esquema começaram a levantar quem estava por trás da empresa. O casal que figurava como dono do negócio seria os gerentes Diogo Leonardo e Souza e Marcela Duarte Torreão (foto em destaque). “ Eles foram acusados pelos próprios funcionários da Inside de terem sacado o dinheiro das vítimas e depois desaparecido”, contou um dos policiais enganados pelo esquema.

No entanto, a Inside figura no nome de Sebastião Gomes de Medeiros que, na verdade, é dono de um humilde quiosque que vende salgados e sucos nas ruas do Rio de Janeiro. Segundo as vítimas, Sebastião seria apenas um laranja usado pelos reais estelionatários. Uma série de ações impetradas pelas vítimas correm na justiça cível e criminal, assim como ocorrências policiais registradas na Polícia Civil do DF.

Empresa abandonada

Logo após os suspeitos partirem e todos os clientes ficarem no prejuízo, a estrutura da Inside foi desmontada e a sala onde funcionava ficou vazia. Funcionários foram desligados, alguns sem receberem o devido pagamento, e a sala fechada. Até o nome da empresa foi retirada da placa de identificação dos empreendimentos que funcionavam no local.

O representante do empreendimento, Augusto Germano da Silva Kuntze; o contador da Inside, Diego de Farias Tenorio, e o advogado Ricardo Habib Campbell também não foram mais localizados por nenhum dos clientes que desejavam reaver o dinheiro. A reportagem esteve no local onde funcionava a empresa, e não encontrou qualquer sinal de alguém que pudesse falar em nome da Inside. Todos os telefones também estavam desativados.

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