Em direito de resposta, Playboy das Bitcoins diz gastar milhões num fim de semana
Investigado por estelionato, Marlon Gonzalez afirmou que não precisa aplicar golpes e seu dinheiro vem da venda de softwares para governos
atualizado
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Marlon Gonzalez Motta (foto em destaque), conhecido como “playboy das bitcoins”, que se tornou réu em um novo processo por supostamente manter a ex-namorada em cárcere privado e ameaça-la com uma arma, apresentou sua versão sobre as acusações e a tese que sua defesa usará durante o processo. O caso tramita no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).
De acordo com advogados de Marlon, em 2019, ele se relacionou com a mulher que o denunciou, por cerca de quatro meses. “Eles se viam somente aos finais de semana, quando ele enviava passagens à então companheira”, diz a nota.
A defesa afirmou que no último fim de semana que o casal passou junto em Brasília, em 2019, Marlon teria descoberto diversas mentiras e resolveu terminar. Após saber que Marlon estaria se envolvendo com outra pessoa, sua ex tentou chamar a atenção acreditando em uma reconciliação.
Em uma delas, tentou pedir ajuda para ele dizendo que sua casa teria sido invadida, mas nada foi encontrado. “Depois, ao ser diversas vezes ignorada por Marlon, resolveu se dirigir a uma delegacia para fazer as denúncias por supostos crimes, buscando vingança”, explicou a defesa.
Num vídeo gravado para se defender de todas as acusações, ele chega a dizer que não precisa praticar golpe algum, pois apenas com operações legais teria conseguido lucrar milhões de reais. Diz, inclusive, que somente num fim de semana teria gastado R$ 7 milhões.
Assista:
Absolvição
Marlon ressaltou que a Justiça o absolveu do primeiro processo que apurava a ameaça, alegando que as acusações de sua ex seriam contraditórias e inconsistentes. “As filmagens do prédio onde seria o então alegado cárcere, mostram a mulher na piscina brincando com o cachorro, no dia que alegou estar refém de Marlon e o último dia que ele esteve com ela”, disse a defesa.
Em um dos trechos da decisão, segundo os advogados, foi destacado que em casos de violência doméstica, a vítima deve ter sua versão priorizada, desde que tenha um mínimo de coerência e não seja falaciosa. “Todas as provas estão sendo entregues à Justiça”, frisaram.
A defesa ainda salientou que foram feitas três denúncias na delegacia sobre o mesmo acontecimento, porém com as mesmas alegações. “A absolvição diz respeito a uma das acusações, enquanto aguarda julgamento pelas outras e inexistem provas do cárcere, que conforme dito anteriormente, as filmagens do condomínio mostram a jovem na piscina fazendo fotos e vídeo brincando na piscina”, finalizaram.
Veja fotos do playboy dos bitcoins:
Os golpes
Os supostos golpes de Marlon ultrapassam a casa dos R$ 3 milhões, conforme revelado pelo Metrópoles. Os brasilienses que caíram na armadilha do rapaz passaram a monitorá-lo e descobriram que, em agosto do ano passado, investidores paulistas também foram enganados pelo estelionatário. Eles esperavam comprar grandes quantidades de bitcoins, mas amargaram prejuízos que chegariam a R$ 880 mil.
Marlon teria adotado o mesmo modus operandi utilizado para lesar investidores chineses e brasileiros, que perderam R$ 600 mil em uma transação feita em Hong Kong. O fraudador simulava a transferência das moedas digitais após a fortuna entrar em contas de laranjas.
Em agosto de 2019, o estelionatário foi sequestrado por dois empresários quando deixava uma festa realizada na Associação dos Servidores da Câmara dos Deputados (Ascade), no Setor de Clubes Sul.
Investigadores da Divisão de Repressão a Sequestros (DRS) da Polícia Civil indiciaram a dupla que rendeu Marlon Gonzalez com pistolas, o levou para um cativeiro e o obrigou a transferir R$ 152 mil em bitcoins para carteiras criptografadas. Os autores do rapto eram credores do golpista e haviam sido enganados por ele em uma transação envolvendo moedas virtuais.