Em ação contra desvios na saúde, PF acha dinheiro em mochila infantil
Organizações sociais investigadas movimentaram valores superiores a R$ 1,1 bilhão só no estado de São Paulo, segundo a Polícia Federal
atualizado
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A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (28/9), a Operação Help, para combater o desvio de recursos públicos federais destinados à área da saúde e a ocultação de movimentações financeira de origem ilícita. A corporação informou que as organizações sociais investigadas movimentaram, só no estado de São Paulo, valores superiores a R$ 1,1 bilhão, sendo mais de R$ 350 milhões em verbas federais.
As investigações demonstraram a existência de um esquema estruturado, voltado à criação e à manutenção de organizações sociais e empresas de fachada, com uso de “laranjas” para desvio de verbas públicas federais.
Há evidências, segundo a PF, de que diversos empresários e respectivas famílias usavam um sistema voltado para o superfaturamento e o desvio de valores destinados a unidades de atendimento médico e a serviços de saúde do município de Pirajuí (SP).
Assista ao momento da apreensão do dinheiro:
Informações levantadas pela Controladoria-Geral da União (CGU) revelaram, ainda, a possibilidade de o esquema não se restringir à cidade e ter se alastrado para dezenas de outras cidades do estado de São Paulo, bem como de outras unidades federativas.
As investigações continuam, e os envolvidos poderão, em tese, ser responsabilizados pelos crimes de organização criminosa, peculato, falsidade ideológica, uso de documento falso e fraude em licitações.
Aproximadamente 130 policiais federais cumprem 29 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), em endereços nas cidades paulistas de Pirajuí, Reginópolis, Avaí, Ribeirão Pires, Diadema, São Caetano do Sul, Embu das Artes, São Bernardo do Campo, São Paulo e Santos.
A ação teve apoio da Superintendência Regional da CGU em São Paulo e da Procuradoria Regional da República da 3ª Região (PRR-3).
Também foram expedidas ordens para sequestro de bens dos investigados; de restrições societárias — como a proibição de movimentações empresariais —; bem como para impedimento de transferências de bens móveis e imóveis comprados com os produtos dos crimes investigados.