“Doutor Bumbum” tem registro profissional cassado pelo CRM-DF
Ele é investigado por crimes como exercício ilegal da profissão, propaganda enganosa e por se recusar a fornecer prontuários para pacientes
atualizado
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O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) cassou, nesta quarta-feira (1º/12), o registro profissional de Denis César Barros Furtado, mais conhecido como “Doutor Bumbum”. A mãe dele, Maria de Fátima Barros Furtado, também perdeu o direito de exercer a medicina.
Ambos foram alvo de processo ético-profissional. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF).
Ele é investigado por crimes como exercício ilegal da profissão, propaganda enganosa e por se recusar a fornecer prontuários para pacientes. Entre 2016 e 2017, Denis chegou a atender inúmeros pacientes em um escritório na região do Lago Sul.
Atualmente, Furtado está indiciado em seis inquéritos policiais. No Rio de Janeiro, Dr. Bumbum foi réu por homicídio doloso qualificado no processo que apura a morte de uma bancária durante um procedimento estético, em 2019.
À época, com quase um milhão de seguidores nas redes sociais, Denis apresentava-se como médico especializado em bioplastia. A técnica consiste em esculpir, dar volume e moldar os contornos do corpo e da face por meio de preenchimento com biomateriais.
De acordo com a Polícia Civil do DF, há dezenas de ocorrências registradas contra Denis, entre os anos de 2011 e 2018, apenas na capital do país. A maioria das denúncias refere-se à falsidade ideológica, crimes contra o consumidor e exercício ilegal da profissão.
Morte de paciente
Em 2018, o médico teve prisão decretada pela Justiça do Rio de Janeiro após a morte da paciente Lilian Calixto, 46 anos.
Conforme depoimento de familiares da vítima, a cirurgia de aplicação de silicone nas nádegas seria realizada em Brasília, mas foi transferida para o Rio de Janeiro de última hora. A bancária Lilian Calixto viajou de Cuiabá (MT) à capital fluminense para submeter-se ao procedimento estético com o especialista.
A mulher faleceu após ser atendida pelo médico em cobertura localizada na Barra da Tijuca (RJ). Lilian Calixto teve complicações e foi encaminhada pelo próprio especialista para um hospital particular próximo. Chegou ainda lúcida, mas com taquicardia, sudorese intensa e hipotensão. Em seguida, o quadro da paciente se agravou e ela sofreu quatro paradas cardíacas. Após uma hora, morreu.