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“Dor intensa”, diz pai de menino levado pela mãe sem autorização ao DF

Mãe da criança fugiu com o menino em Itajaí (SC). Após meses de desaparecimento, a PCDF localizou a criança em uma chácara

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Antes de fugir com o filho de apenas 3 anos em Itajaí (SC), a mãe da criança tentou impedir a convivência dela com o pai, afirmou ao Metrópoles o genitor do menino. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) resgatou o menor em uma chácara no Altiplano Leste, na sexta-feira (2/8), pouco mais de uma semana antes do Dia dos Pais de 2024.

Segundo a corporação, a mulher fugiu com o menino em fevereiro último. Desde então, o pai começou uma jornada em busca do garoto. “É uma luta contra a mente. A gente fica apreensivo, muito triste, distraído e depressivo. É uma dor e apreensão muito intensos”, desabafou.

“Passam mil coisas na cabeça. Quando vou ver? Será que vou ver? Qual vai ser a reação dele? Será que vou ter esperar ele ficar grande pra ter um reencontro? Será que ele está bem afastado de todos? Será que a mãe está agressiva com ele, uma vez que em redes sociais ela estava se mostrando muito agressiva?”, comentou.

Os pais da criança viviam em Porto Alegre (RS). No entanto, o casal se separou e ajuizou divórcio e, em maio de 2023, um ano e meio depois da separação, a mulher fez uma denuncia solicitando medida protetiva, que foi concedida. Ela se mudou com a criança para Itajaí. A cada duas semanas, o pai viajava até o município catarinense para manter a convivência.

Porém, conforme decisões contrarias aos interesses da mãe eram tomadas, a mulher colocava obstáculos para a convivência, segundo o pai. “Fui no meio da semana de agosto de 2023 para participar de uma celebração do Dia dos Pais, avisando para minha advogada para o advogado dela. Porem ao chegar lá, ela não havia levado nosso filho para a escola”, contou.

Desaparecimento

Após meses, o Ministério Público emitiu um parecer favorável à reversão da guarda. O pai foi a Itajaí, mas recebeu a informação de que a ex havia levado a criança da escola e ninguém sabia onde eles estavam. Após o desaparecimento, a família conseguiu informações pelo Linkedin de que ela trabalhava em uma empresa em Blumenau (SC).

“Meu pai tentou intermediar a entrega do nosso filho após o agravo, mas ela disse que faria recursos e não cumpriria a decisão em 1ª instância. Foi necessário entrar com processo de busca e apreensão para tentar encontrar meu filho”, comentou.

O local onde a mãe e a criança viviam foi encontrado, mas a mulher fugido novamente com o menino. Após solicitações por ofícios judiciais a empresas que poderiam ter mais informações, a família teve acesso a IPs de localização de pontos de acesso em três estados.

A Justiça de Santa Catarina, então, oficiou o desaparecimento.

Violência doméstica

Após a publicação da reportagem, a defesa da mãe da criança informou que a mulher era vítima de violência doméstica, com medidas protetivas contra o pai do menino. A advogada afirma que a guarda foi estabelecida para o genitor sem considerar as agressões vividas pela mulher.

A defesa acrescentou ainda que apesar de a mulher de perdido a guarda, com o argumento de que faria mal à criança, nunca houve um laudo para investigar se ela oferecia qualquer risco ao filho

A defesa da mãe da criança também explica que a mulher tirou o filho da escola porque o pai não pagava integralmente a pensão, e o valor era usado para a mensalidade escolar. A defesa completou que crianças de dois anos não têm obrigatoriedade de estar na escola.

O caso

Investigação da PCDF localizou a mulher e o menino em uma chácara no Altiplano Leste. A mulher foi presa após resistir e atacar os agentes.

O resgate foi conduzido pela Delegacia de Proteção da Criança e do Adolescente (DPCA). A equipe de investigação recebeu informações da Polícia Civil de Santa Catarina e começou a apurar o caso.

A PCDF constatou que a mãe e a criança estavam escondidas em um local distante, com acesso por estrada de terra. A chácara era alugada por temporada.

Agressiva

Segundo os policiais, a mulher ficou agressiva, desobedeceu comandos e resistiu ao cumprimento da ordem de busca e apreensão da criança expedida por um juiz de Itajaí.

A mãe foi presa pelos crimes de subtração de incapazes, desacato, resistência e desobediência. A pena pode chegar a seis anos de prisão.

A criança será devolvida ao pai, que detém a guarda. Segundo a PCDF, a autora também já havia perdido da guarda de outra criança por maus tratos.

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