Centenas de crianças ficam sem festinha após empresária aplicar golpe
Empresária firmou contratos que, somados, chegam a R$ 296 mil. Ela vendeu o espaço onde a casa funcionava e deixou clientes na mão
atualizado
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Centenas de famílias vivem momentos de aflição por causa de uma casa de festas infantis localizada em Vicente Pires. As vítimas contrataram os serviços da empresa para a celebração de aniversários de crianças a serem realizados neste ano. A proprietária, porém, teria vendido o espaço onde funcionava o empreendimento e desaparecido, e a nova dona se nega a cumprir os contratos firmados anteriormente.
A casa de festas é a SayoSweets, localizada no Jóquei, em Vicente Pires. Em dezembro último, a proprietária Sayonara Cabral Barbosa (foto em destaque), 47 anos, vendeu o espaço, incluindo todos os equipamentos do interior, a uma outra empresária do ramo.
Sayonara está desaparecida há alguns dias. A empresária recebeu diversos pagamentos adiantados para realizar as festas ao longo deste ano, com contratos que variam de R$ 1,1 mil a R$ 7 mil. O Metrópoles apurou que a mulher pode ter faturado, até o momento, R$ 296 mil.
A 38ª Delegacia de Polícia (Vicente Pires) investiga o caso. Dezenas de mães das crianças que ganhariam as festas já registraram boletins de ocorrência.
O Metrópoles teve acesso a algumas das denúncias. Em uma delas, a vítima fechou um contrato com a SayoSweets para a celebração de um aniversário em 8 de fevereiro deste ano, no valor de R$ 5,7 mil, pagos à vista via Pix. Nesse sábado (4/1), no entanto, ela soube que o espaço onde funcionava a casa de festas foi vendido.
Desde então, a cliente tem tentado falar com Sayonara, sem sucesso. Ela foi ao local e encontrou o marido da nova proprietária, que declarou que não assumiu os compromissos acertados entre contratantes e a antiga dona. Agora, a vítima não sabe se, em 8 de fevereiro, terá a festa pela qual pagou, tampouco se será ressarcida caso o evento seja cancelado.
O mesmo aconteceu com a mãe de um garoto de 3 anos que relata ao Metrópoles a situação. “Fiz a contratação do serviço para uma festa que aconteceria no fim de fevereiro”, conta. Ela, que solicita condição de anonimato, pagou R$ 5,1 mil pelo serviço, também via Pix.
Na última sexta-feira (3/1), a cliente soube, via WhatsApp, que outra empresária havia comprado a loja. Ninguém entrou em contato com ela para falar sobre cancelamento, adiamento ou devolução de valores. “A nova proprietária não consegue contar uma história completa dessa venda”, diz.
Sem saber se vai poder dar uma festa ao filho, a mulher confessa que já chorou por causa da situação.
“O sentimento é de tristeza, impotência e frustração. Sei que a festa do meu filho ainda não chegou, mas é impossível acreditar que ela vai acontecer, com tudo que estamos sabendo e passando”, comenta. “Difícil confiar em qualquer palavra dos envolvidos. Muitas informações desencontradas e nada crível.”
Responsável pela defesa de algumas das vítimas, o advogado Marco Vicenzo diz estar trabalhando para que Sayonara seja presa. “Nosso objetivo é garantir que ela seja presa e devolva o dinheiro a todas as vítimas. É fundamental que a justiça seja feita”, declarou.
Respostas
A nova proprietária do espaço, que pede para não se identificar, reitera que adquiriu apenas o local e se diz vítima de Sayonara. “Eu não comprei a empresa dela. No momento, nem sei bem o que falar, porque fui prejudicada tanto quanto eles [os clientes]. Eles não entendem que eu também levei um golpe, de mais de R$ 200 mil”, afirma ao Metrópoles.
“Eu investi um dinheiro que era destinado ao futuro dos meus filhos para realizar um sonho. Nunca imaginei que ela iria fazer algo assim”, declara. “No momento, não sei o que vai acontecer.”
Ela também registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil (PCDF) contra Sayonara e aguarda o caminhar das investigações.
Sayonara respondeu ao contato da reportagem informando que está organizando uma versão juntamente com a advogada dela. O espaço está aberto para futuras manifestações.