Don Juan da Câmara fez “limpeza espiritual” em servidora por R$ 22 mil
O golpista se passava por “zelador de santo” e cobrou a quantia para fazer o suposto procedimento espiritual
atualizado
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O “Don Juan da Câmara”, investigado pela 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural) por enganar servidoras da Câmara dos Deputados e obter vantagens financeiras sobre elas, também se passou por “zelador de santo” para fazer supostos trabalhos espirituais nas vítimas. Uma jornalista do órgão, que chegou a ficar noiva do criminoso e se casaria com ele nesta quarta-feira (5/1), conforme a coluna revelou, desembolsou R$ 22 mil por um suposto “ritual de descarrego”.
Morador de Planaltina de Goiás, o homem faz parte de uma quadrilha de estelionatários e foi alvo de busca e apreensão nesta quarta. As diligências ocorreram horas antes do casamento entre a vítima e o Don Juan, que se apresentava como Hudson Ferreira, 31 anos. A cerimônia estava marcada para às 15h, em um cartório do Plano Piloto.
Na residência do homem, os investigadores encontraram objetos de religião de matriz africana, apreenderam documentos, celulares e dois veículos.
Entenda o caso
O que era para ser o dia mais feliz da vida de uma servidora da Câmara dos Deputados virou caso de polícia e acabou na delegacia, na manhã desta quarta. O casamento dela foi interrompido e o noivo virou alvo de investigação, acusado de cometer estelionato amoroso contra a própria noiva, que trabalha como jornalista na Casa Legislativa.
A abordagem policial ocorreu em Planaltina de Goiás, poucas horas antes da celebração do matrimônio. A polícia acredita que o criminoso teria aplicado o golpe em outras servidoras do órgão.
Após intensas investigações, policiais da 8ª DP cumpriram mandados de busca e apreensão contra o auto. Os policiais apuraram que o homem, em conjunto com comparsas, teria forjado uma internação hospitalar para pedir dinheiro à vítima, com quem mantinha o relacionamento.
Em outro momento, uma suposta ex-namorada do Don Juan teria passado a ameaçar o casal. O homem chegou a narrar para a jornalista que, diante da situação, perdeu o controle, agrediu a ex, foi preso e condenado a passar por tratamentos psicológicos. A servidora também teria bancado os custos da falsa terapia.
Os envolvidos confessaram o crime. A polícia estima que o prejuízo pode ter sido de R$ 500 mil a R$ 1 milhão.