DJ que perseguia e proibia ex-namorada de se depilar vai para a Papuda
O suspeito foi preso no último domingo (19/5) por equipes da Divisão de Operações Especiais (DOE), em um shopping no Lago Norte
atualizado
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Após audiência de custódia realizada nesta terça-feira (21/5), a Justiça manteve a prisão preventiva do DJ Pedro Humberto Ramos (foto em destaque), 34 anos. Investigado por perseguir e ameaçar a ex-namorada, uma universitária de 21 anos, nos últimos três meses, por não aceitar a separação após um relacionamento de dois anos, o agressor será levado para o Centro de Detenção Provisória (CDP), no complexo penitenciário da Papuda.
O suspeito foi preso no último domingo (19/5) por equipes da Divisão de Operações Especiais (DOE), em um shopping no Lago Norte. De acordo com as apurações, o DJ mantinha um relacionamento abusivo com a jovem. Além de humilhá-la, teria instalado câmeras ocultas na garagem da vítima. O agressor a ameaçou afirmando que o trabalho de espionagem havia sido feito por um “amigo do PCC”, em alusão à facção Primeiro Comando da Capital.
Assustada, a universitária registrou ocorrência na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) e relatou detalhes da perseguição cheia de abusos e humilhações. O DJ escolhia as roupas que a vítima poderia ou não usar e determinava se ela poderia se depilar, o que era permitido apenas quando ela iria encontrá-lo. O agressor ainda a proibia de ter amigos homens e escolhia as amigas mulheres.
A vítima também teve vídeos e fotos nuas publicados em suas redes sociais, após o agressor invadir seus perfis no X (antigo Twitter) e Facebook. O DJ passou a enviar o conteúdo íntimo para vários amigos da jovem. Ela percebeu quando várias tentativas de login eram, muitas delas na região do Gama — região administrativa onde o DJ mora. Desesperada, a universitária pediu que amigos denunciassem os perfis para que eles fossem derrubados.
Veja imagens do DJ preso por stalking após ameaçar ex-namorada:
Dezenas de ligações
O criminoso também criou perfis falsos para tentar afastar pessoas que se aproximassem da jovem. De alguma forma, o agressor tinha acesso aos perfis aceitos recentemente pela jovem e entrava em contato com eles. O DJ determinava que os homens bloqueassem a ex-namorada e enviassem prints para que comprovassem a exclusão.
Além disso, o stalker usava diferentes números telefones para fazer até 50 ligações em um único dia para a vítima. Namorados ou pessoas que estavam se aproximando da universitária também recebiam ligações com ameaças, caso não mantivessem distância dela.
Perseguição on-line
Após a Justiça conceder medidas protetivas em favor da vítima, o DJ passou a quebrar as ordens judiciais usando telefones com números desconhecidos para manter contato com a jovem e ameaçá-la. Ele ainda começou a entrar em jogos on-line que eram frequentados pela ex-namorada para poder xingá-la.
Nos últimos meses, o stalker investiu contra a universitária para cercá-la em sua própria rua, enviando carros por aplicativo que estacionavam na frente da casa dela. Em seguida, o DJ mandava mensagens questionando que veículo era aquele. Quando a universitária percebia, o agressor estava em outro carro parado a poucos metros de sua residência.