DF: PM que espancou jovem em bar já foi preso por agredir ex-namorada
David Ricardo Lima Nunes, 41 anos, tem passagem policial por agredir com soco e puxão uma mulher com quem se relacionava em 2020
atualizado
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O segundo-sargento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) David Ricardo Lima Nunes, 41 anos, flagrado agredindo uma jovem, de 27, na noite de sexta-feira (23/9) em um bar de Samambaia, já tinha outra passagem policial por lesão corporal, no âmbito da lei Maria da Penha. Em 2020, o PM foi preso em flagrante por agredir a mulher com quem se relacionava na época.
O caso foi registrado na 6ª DP (Paranoá). A coluna apurou que, em 25 de dezembro de 2020, por volta das 22h, a PMDF foi acionada para atender a ocorrência de um homem armado discutindo com uma mulher, às margens DF-003.
Ao chegarem no local, os militares encontraram David e a então companheira, que tentava se aproximar dele. Segundo a guarnição, a vítima apresentava sinais de embriaguez e afirmou ter sido agredida pelo segundo-sargento com um puxão de cabelo e um soco na boca. Ainda de acordo com ela, o homem a teria segurado com violência, o que resultou em machucados na perna dela.
Em depoimento, a vítima relatou que a discussão entre os dois teve início quando eles estavam em um motel, no Colorado. Na ocasião, ela disse que estava cansada e gostaria de beber um drink, o que teria sido questionado por David. Por conta disso, eles deixaram o local e foram para Planaltina, onde pararam em um bar.
No estabelecimento, os dois combinaram de voltar para o motel, mas, de acordo com ela, David teria mudado de ideia e dito que iria se encontrar com os amigos, em outro bar, motivo que levou o casal a discutir novamente, já no carro do policial.
A mulher narra que o militar parou o carro no acostamento da rodovia DF-003, onde teriam acontecido as agressões. Ela negou ter se apoderado da arma de David, mas confirmou ter ameaçado tirar a própria vida.
O boletim de ocorrência registra, ainda, o pedido da vítima por medidas protetivas de urgência, para evitar que David se aproximasse dela. Na época do ocorrido, o policial pagou fiança de R$ 1 mil e foi solto.
Segundo a versão dele dos fatos, a mulher teria se irritado quando ele disse que iria se encontrar com alguns amigos em outro bar e que, já no veículo do policial, a vítima ameaçou cometer suicídio, caso o homem se separasse dela.
No meio da discussão, segundo o homem, a companheira teria retirado a arma dele do coldre, momento em que supostamente entraram em luta corporal e a mulher apontado a arma para ele, como dedo no gatilho. Aos policiais, ela negou a versão. Já David defendeu que não tinha a intenção de machucar a então companheira e que reagiu apenas na intenção de evitar que ela praticasse autolesão e atirasse contra ele.
Agressão no bar
Na sexta-feira (23/9), o casal Karolayne Santana e Hugo Kaczan, ambos de 27 anos, e uma amiga deles, foram ao bar Villa Butiquim, em Samambaia, para assistir ao jogo do Brasil e comemorar o aniversário de Hugo. No estabelecimento, um homem de camiseta cinza começou a assediar Karolayne.
Veja o vídeo das agressões:
“Pagamos a conta, e estávamos saindo do bar, quando um cara levantou da mesa e começou a mexer com ela. Falei que ela estava acompanhada, mas ele continuou. Dei dedo para ele e fui embora. Ele foi atrás de mim e falou: ‘Espera aí, vamos resolver’”, narra Hugo.
Após ser abordado pelo homem de camiseta cinza, o amigo dele, David Ricardo, que estava vestindo camiseta preta, desferiu um soco no rosto de Hugo. A esposa, que estava mais à frente, viu a confusão e tentou separar a briga. Neste momento, David a puxou pelos cabelos e a jogou com violência no chão.
Câmeras de segurança flagraram o momento em que o policial desferiu o primeiro soco. Já uma gravação feita por uma cliente flagrou a violência promovida pelo policial militar. Nas redes sociais, Karolayne fez um desabafo: “Policial em serviço me assediou e me agrediu. Saí para comemorar um aniversário e se resumiu em uma cena de terror”, escreveu.
Veja as imagens da confusão:
A reportagem procurou a PMDF para confirmar se David Ricardo realmente estava de serviço no dia da confusão e para comentar se há apuração interna sobre a conduta do militar. A corporação só afirmou que trabalha para a “total elucidação dos fatos”.