DF: personal que tentou matar adolescentes ameaçou advogado de vítima
Profissional acusado de tentar matar dois jovens em Planaltina de Goiás também ameaçou o advogado de uma das vítimas
atualizado
Compartilhar notícia
O fato de ter ameaçado o advogado de uma das vítimas foi determinante para a prisão de um personal trainer em uma área nobre do Distrito Federal. O profissional é acusado pela tentativa de homicídio de dois adolescentes. O crime teria ocorrido em Planaltina de Goiás (GO), no Entorno da capital brasileira, em 4 de fevereiro de 2024.
O personal trainer foi preso na Asa Sul, na tarde de segunda-feira (8/4). Após sofrer um tapa no braço, o profissional teria arremessado um bloco de concreto contra os jovens que estavam em um carro. A prisão preventiva foi feita por policiais civis da Delegacia de Planaltina de Goiás, na Operação Petra.
De acordo com a PCGO, o personal chegou a ser intimado para prestar esclarecimentos, mas não compareceu. Ele constituiu uma advogada particular e peticionou no inquérito, mas não foi até a delegacia, dizendo que não viria em razão da repercussão negativa dos fatos e medo de linchamento.
Mas, logo em seguida, segundo a delegada Lívia Xavier, responsável pelo caso, o personal teria ameaçado o advogado de uma das vítimas, dizendo “que eles iriam se acertar”. A ameaça teria ocorrido em 8 de fevereiro de 2024, na casa do representante legal. A delegada classificou os dizeres como “ameaçadores”.
Na avaliação da delegada, a ameaça pesou contra o investigado. “Essa, inclusive, é uma das motivações que o Poder Judiciário utilizou para decretar a prisão preventiva”, afirmou.
Até a data do episódio, o personal residia em Planaltina de Goiás. Mas, conforme as investigações, ele se mudou para o DF e passou a trabalhar na capital federal. Segundo a delegada, o fato gerou uma forte repercussão negativa entre a comunidade contra o investigado.
Flagrante
Câmeras de segurança flagraram o momento exato em que um personal trainer atirou um pedaço de concreto e tentou matar dois jovens em carro em movimento. O ataque cegou um dos adolescentes e quase matou as vítimas.
Veja:
As imagens mostram o investigado correndo para um local. Na sequência, ele aguarda que o veículo passasse. Quando o carro se aproxima, é possível ver o momento em que ele ataca. O motorista é atingido no rosto e o automóvel sai de controle.
O caso
As vítimas decidiram fazer uma brincadeira com o suspeito, desferindo um tapa no cotovelo direito dele. Irritado, o personal se escondeu e, ao visualizar o veículo, se armou com um pedaço de concreto e o lançou no rosto do condutor do veículo. O adolescente atingido perdeu a consciência e bateu em um ponto de mototáxi.
Segundo a delegada, o condutor do veículo sofreu múltiplas fraturas nos ossos da face. “E houve a perda da visão do olho direito. Isso está constatado em laudo pericial”, afirmou. A segunda vítima, ferida em razão da colisão com o ponto de mototáxi, sofreu lesões nos braços, antebraço e nas mãos.
A investigação demonstrou que o condutor do veículo pegou o carro do pai sem o conhecimento e o consentimento do genitor. Por isso, não haverá responsabilização criminal contra o pai do jovem. De acordo com a investigação, após o crime, o personal foi à casa do advogado de uma das vítimas e o ameaçou.
Prisão
O vídeo abaixo mostra o momento da prisão. Segundo a PCDF, rosto do preso precisou ser borrado para não infringir a lei de abuso de autoridade (que veta a divulgação do rosto de suspeitos quando a imagem é produzida e divulgada pela polícia). O nome dele tampouco foi informado.
Para a PCGO, o personal assumiu o risco de matar a dupla. Por isso, responderá pela prática de duas tentativas de homicídio, qualificadas pelo motivo fútil e pelo recurso que dificultou a defesa das vítimas. O investigado seguirá preso, à disposição do Poder Judiciário.
Segundo a delegada, o Ministério Público de Goiás (MPGO) recebeu a investigação e ofereceu denúncia contra o personal. “Ele está na condição de réu perante a Comarca de Planaltina. E vai poder prestar os esclarecimentos perante o Poder Judiciário”, assinalou Lívia Xavier.