DF: mulher salta de carro para não ser estuprada por motorista de app
PCDF identificou o motorista e vai ouvi-lo formalmente. Vítima diz ter sido dopada e xingada pelo suspeito durante uma corrida
atualizado
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Uma passageira que utilizava o serviço de transporte por aplicativo viveu momentos de terror após ter sido dopada e sofrer uma tentativa de estupro. O crime ocorreu durante uma viagem entre o Recanto das Emas e o Riacho Fundo II, no último domingo (7/8). A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) ouviu a vítima, identificou o suspeito e abriu investigação para apurar o caso. Em função da Lei de Abuso de Autoridade, a corporação não revelou o nome do acusado.
De acordo com a vítima, uma auxiliar administrativa de 26 anos, um grupo de amigos a deixou em uma parada de ônibus. Logo depois, ela chamou o condutor pelo aplicativo, que chegou em um GM Ônix preto. “Tudo corria normalmente após ele me cumprimentar e dar boa noite. Passado algum tempo, começaram uma série de perguntas pessoais como: onde moro, com quem moro, o que eu fazia”, contou.
A vítima relatou que o profissional a fitava pelo retrovisor a todo instante. Em determinado momento, o homem perguntou se ela desejava fechar as janelas, já que estava ventando. “Percebi que ele mexeu em alguma coisa no compartimento da porta e, logo, depois senti um cheiro muito forte, como se fosse éter ou clorofórmio”, lembrou.
Corpo gelado
A vítima relatou ter sentido tontura, e o corpo ficou gelado. “Era como se eu estivesse prestes a desmaiar. Fiquei desesperada e gritei para parar o carro, mas ele não obedeceu”, disse. O motorista teria perguntado o que a passageira estava sentindo. “Respondi, na hora, que estava passando mal, mas ele não parou. Naquele momento, percebi que ele havia alterado o percurso e não estava mais indo na direção da minha casa”, destacou.
A vítima precisou abrir a porta do carro em movimento para que finalmente o condutor parasse o veículo no acostamento. Assustada, ela saltou do Ônix e, mesmo cambaleante, começou a correr. “Ele estava tão louco que desceu e começou a me perseguir, gritando para eu parar e dizendo que iria me ajudar”, relatou. O motorista retornou para o veículo e deu início a uma caçada à passageira. “Ele deu a volta no quarteirão e parou entre alguns prédios, mas logo acelerou na minha direção”.
Gritando por ajuda, a passageira correu rumo à rodovia. “Só ouvia ele me xingando de puta e vagabunda e mandando eu voltar. Por sorte, dois rapazes que passavam em um carro ofereceram ajuda. Eles achavam que se tratava de uma briga de casal. Quando o motorista viu que eu estava sendo ajudada, fugiu do local”, relatou.
Caso semelhante
A vítima foi levada para a delegacia, onde prestou depoimento. O caso foi registrado na 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas). Em menos de um mês, esse é o segundo caso em que um motorista de aplicativo tenta abusar de uma passageira. Uma produtora de eventos, de 25 anos, relatou momentos de pânico vividos por ela dentro do carro de um motorista de aplicativo.
A jovem fez um desabafo, contando o caso nas redes sociais. Segundo a passageira, ela quase desmaiou, por volta das 14h, depois de sair do Taguatinga Shopping e seguir para o Areal. Ela suspeita que o motorista tenha jogado algum produto no interior do veículo, a fim de fazê-la perder a consciência, no chamado “golpe do gás”.
“Na hora que ele parou na sinaleira, eu estava distraída no celular. Ouvi um barulho de spray e senti muito forte o cheiro de naftalina. Fiquei tonta, com corpo mole, tremendo, com a boca seca, com sensação de desmaio e não conseguia formular frases direito”, conta a jovem, que pediu para não ser identificada. Segundo ela, tudo aconteceu enquanto os vidros do carro estavam fechados e ar-condicionado ligado.