DF e EUA: lavagem de dinheiro com criptoativos movimenta R$ 55 bilhões
Traficantes usavam empresas de fachada para lavar dinheiro e enviar para o exterior, como EUA, Hong Kong, Emirados Árabes e China
atualizado
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A Polícia Federal, em colaboração com a Receita Federal do Brasil, iniciou nesta terça-feira (10/9) a Operação Niflheim, que tem como objetivo desarticular três grupos criminosos envolvidos na lavagem de dinheiro e na evasão de divisas utilizando criptoativos.
A ação, que ocorre em diversas cidades do Brasil e nos Estados Unidos, visa o combate a um esquema complexo que movimentou mais de R$ 55 bilhões desde o início das investigações.
A Operação Niflheim mobilizou 130 policiais federais e 20 servidores da Receita Federal. As ações judiciais incluem oito mandados de prisão e 19 de busca e apreensão, com destaque para Brasília (DF), onde foi cumprido um mandado de busca e apreensão. Os outros mandados foram distribuídos entre Caxias do Sul (RS), São Paulo (SP) e Fortaleza (CE).
Os grupos criminosos desmantelados são suspeitos de usar empresas de fachada e outros mecanismos para esconder a origem ilícita de recursos provenientes principalmente do tráfico de drogas e contrabando. Esses recursos eram, então, convertidos em criptoativos e enviados para o exterior, com destinos como Estados Unidos, Hong Kong, Emirados Árabes Unidos e China.
Além das prisões e buscas, a Justiça Federal determinou o bloqueio de valores em contas bancárias e criptoativos dos investigados, que pode chegar a R$ 9 bilhões. Também foram determinados o arresto de veículos e imóveis.
A Operação Niflheim, cujo nome remete ao “Lar da Névoa” na Mitologia Nórdica, é uma referência ao caráter obscuro das transações financeiras envolvidas. Os crimes investigados incluem lavagem de dinheiro, ocultação de bens, crimes contra o sistema financeiro nacional, falsidade ideológica, associação criminosa, organização criminosa e crimes contra a ordem tributária.