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- Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles
O perfil de Jeferson Barbosa dos Santos, 25 anos, acusado de matar mãe e filha a facadas, no Sol Nascente, chamou atenção dos investigadores. Ao ser preso, o criminoso se mostrou agressivo, frio, debochado e calculista. A polícia acredita que o homem mentiu em suas declarações, na tentativa de não ser responsabilizado pelo duplo homicídio. Durante depoimento realizado na 19ª Delegacia de Polícia (Ceilândia), o acusado entrou em contradição diversas vezes.
À coluna o delegado à frente das investigações, Thiago Peralva, detalhou que Jeferson Barbosa dos Santos, ao ver que sua foto estava sendo divulgada na mídia, passou a temer pela própria vida. O acusado estava escondido em Luís Eduardo Magalhães (BA) e entrou em contato com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Ele tinha duas exigências: ser preso pela PCDF e que algum familiar acompanhasse a ação, para que ele não tivesse o mesmo fim de seu amigo, o maníaco Lázaro Barbosa. Ambos os pedidos foram atendidos.
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Quase dois meses após o crime, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) identificou o suspeito de matar Shirlene Ferreira da Silva, de 38 anos, e Tauane Rebeca da Silva, de 14 anos, em um córrego do Sol Nascente, no fim de 2021
Divulgação/PCDF
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Com base no depoimento de duas testemunhas, os policiais identificaram o suspeito e obtiveram informações com o irmão do criminoso
PCDF
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O autor do duplo homicídio é Jeferson Barbosa dos Santos, 25 anos. O criminoso fugiu do Distrito Federal, na companhia da esposa, e foi preso na Bahia
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Natural do município de Bom Jesus, no Piauí, Jeferson saiu do DF acompanhado da esposa, sob a justificativa de que iria passar o Natal na Bahia
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O homem tem passagem pela polícia do DF por lesão corporal e já foi vítima de tentativa de latrocínio. Agora, ele também foi indiciado por homicídio, aborto – uma vez que Shirlene estava grávida e perdeu o bebê – e ocultação de cadáver
Igo Estrela/Metrópoles
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Barbosa morava próximo ao Córrego da Coruja, onde os corpos foram encontrados cobertos por folhas. O autor trabalhava com o irmão, como carroceiro e catador de material reciclável
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Testemunhas viram Jeferson a caminho do córrego onde mãe e filha tomavam banho. Ele costumava dizer que ia ao local para "se dar bem com mulheres"
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Segundo investigações da polícia, o suspeito era amigo do maníaco Lázaro Barbosa e se gabava da amizade que ele tinha com o homem acusado de matar quatro pessoas em uma chácara no DF
Reprodução/PCDF
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O delegado responsável pelo caso relatou que moradores da região disseram que eles eram vizinhos e, juntos, praticavam vários crimes naquela localidade
“Conversamos durante toda a viagem. Em alguns momentos, ele se mostrou frio. Em outros, agressivo. Tem personalidades diferentes, era dissimulado, debochado. Tentou tirar a culpa, falou que estava no local, mas não viu as vítimas. Contou que teve de ir para Bahia porque, supostamente, estava sendo ameaçado. De qualquer forma, vamos nos dedicar a entender se existe um coautor ou se ele cometeu o crime sozinho”, explicou Peralva.
Shirlene Ferreira da Silva, 38 anos, e Tauane Rebeca da Silva, 14, foram vistas pela última vez quando saíram para tomar banho em um córrego. Os corpos, em avançado estado de decomposição, foram encontrados 11 dias depois, escondidos em um matagal.
Em uma das hipóteses apuradas pela PCDF, Jeferson Barbosa supostamente teria tentado estuprar a adolescente. Shirlene Silva, que estava grávida de 4 meses, teria reagido e avançado no autor. A mãe tinha marcas que sugerem que ela tentou se defender.
O laudo feito pelo Instituto Médico-Legal (IML) aponta que a gestante foi executada com 37 facadas. Um fato, entretanto, chamou a atenção dos investigadores: a única parte que não foi atingida pelos golpes foi o ventre da mulher.
A menina de 14 anos, que estava sem o short, foi esfaqueada e estrangulada. Há indícios de que ela tenha sido morta após a mãe ser assassinada, o que aponta para uma “queima de arquivo”. Exames indicam que as duas não foram abusadas sexualmente.
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Shirlene Ferreira da Silva, de 38 anos, e a filha Tauane Rebeca da Silva, 14 anos, desapareceram no dia 9 de dezembro, após saírem para tomar banho em um córrego no Sol Nascente. Shirlene estava grávida de 4 meses
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A última pessoa a ter contato com as duas foi Lucas, 12 anos, filho caçula da mulher
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Assim que seu pai, Antônio Batista, chegou do trabalho, o menino o alertou sobre o sumiço das familiares. Segundo o relato do jovem, a mãe pegou mochila, toalha amarela listrada, guarda-chuva e biscoito, e saiu com a irmã dele para o córrego, mas as duas não retornaram
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Após contatar a família e não obter retorno quanto ao paradeiro da esposa e filha, Antônio Batista, marido de Shirlene, acionou os bombeiros. As buscas começaram no mesmo dia
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No entanto, somente em 11 de dezembro, terceiro dia de investigação, a primeira pista surgiu. Segundo os bombeiros, cães encontraram chinelo e um guarda-chuva que, de acordo com Antônio, pertenciam às vítimas
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O quarto dia de buscas foi marcado pela informação de que Shirlene e a filha estariam em uma igreja em Samambaia, o que chegou a interromper a procura. Como a informação não se confirmou, as buscas foram retomadas
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Devido ao clima chuvoso e ao difícil acesso ao local, as buscas precisaram ser interrompidas por diversas vezes
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Em 14 de dezembro, sexto dia de busca, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) abriu nova linha de investigação e passou a trabalhar com a hipótese de as duas terem fugido para o Piauí, terra natal de Shirlene
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Após oito dias e sem qualquer pista sobre o paradeiro de mãe e filha, os bombeiros encerraram a procura e as investigações ficaram apenas com a Polícia Civil do DF
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Em 18 de dezembro, no entanto, uma testemunha ocular informou à polícia que viu Shirlene e a filha descendo para o córrego. Com isso, as buscas foram retomadas
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Em 20 de dezembro, 11 dias após o desaparecimento, a PCDF encontrou os corpos das vítimas, cobertos por folhas, às margens do córrego
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A região onde os corpos foram encontrados é a mesma onde Cleonice Marques de Andrade, uma das vítimas de Lázaro Barbosa, foi morta pelo maníaco que aterrorizou o DF e o Entorno, em junho
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À época, a PCDF cogitou a possibilidade de que Shirlene e a filha poderiam ter sido vítimas de latrocínio, já que a mochila que elas levavam não foi encontrada
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Perto dos corpos das vítimas foi encontrada uma camiseta cinza que não pertencia a elas. O objeto foi enviado para o Instituto de Criminalística da PCDF
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De acordo com a polícia, os cadáveres estavam em avançado estado de decomposição. A corporação realizou perícia nos corpos e na área
Gustavo Moreno/ Metrópoles
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