Cuidadora morta em GO: inquérito aponta asfixia e estrangulamento
Marcelo Júnior Bastos Santos, 27, confessou ter matado Cintia Ribeiro Barbosa, 38, após ela negar um beijo. Eles eram colegas de trabalho
atualizado
Compartilhar notícia
A Polícia Civil de Goiás (PCGO) concluiu que a morte da cuidadora de idosos Cintia Ribeiro Barbosa, de 38 anos, foi causada por asfixia mecânica e estrangulamento. O colega de trabalho Marcelo Júnior Bastos Santos (foto em destaque), de 27 anos, usou um fio elétrico e uma fita usada para prender as fraldas dos idosos, além de aplicar um mata-leão na vítima.
O crime aconteceu na última segunda-feira (4/11), no bairro Cidade Jardim, em Goiânia (GO), e Marceulo foi preso no dia seguinte.
O delegado-adjunto da Delegacia Estadual de Homicídios (DIH) da PCGO, Carlos Alfama, confirmou ao Metrópoles que Marcelo tentou enterrar o corpo de Cintia após matá-la. “Primeiro, o autor tentou enterrar o corpo, mas não conseguiu escavar o suficiente e decidiu jogá-lo para o lote da casa vizinha”, disse. Havia terra remexida na casa ao lado de onde Cintia foi encontrada, e o feminicida havia pedido uma pá a um vizinho, segundo investigações.
De acordo com o delegado, Cintia morreu tentando se defender e, por isso, foi encontrada com pequenas escoriações no braço esquerdo, nos cotovelos, na mão direita e na perna direita. “Ela tentou se desvencilhar colocando o braço na frente, se debateu e acabou lesionando cotovelos e pernas”, explica Alfama.
Embora o laudo cadavérico da Polícia Técnico-Científica de Goiás aponte que a vítima não tinha lesões nas partes íntimas, é possível afirmar que o autor tentou estuprar a vítima. “No interrogatório, ele disse que tentou beijá-la à força. Um beijo forçado seguido de um feminicídio configura por si só uma tentativa de estupro. O estupro não necessariamente depende de coito vaginal ou anal”, comenta o delegado.
Marcelo Júnior Bastos Santos será indiciado por quatro crimes: feminicídio, tentativa de estupro, ocultação de cadáver e furto, pois levou consigo a aliança e o anel de noivado de Cintia, que havia se casado oito dias antes de morrer.
Matou porque foi rejeitado
Marcelo e Cintia eram cuidadores do mesmo casal de idosos no bairro Cidade Jardim, em Goiânia. No dia do crime, o autor tentou beijar a vítima à força e recebeu um tapa no rosto. O feminicida confessou em depoimento que matou a colega porque foi rejeitado por ela. Ele estrangulou a vítima com um mata-leão e, em seguida, usou um fio elétrico e uma fita de amarrar fraldas geriátricas para consumar o feminicídio.
A família de Cintia registrou boletim de ocorrência pelo desaparecimento ainda na segunda-feira (4/11). Os parentes relataram que ela havia sido vista pela última vez ao ser deixada no trabalho pelo marido.
Durante as apurações, os policiais perceberam que uma cerca elétrica entre a casa onde a vítima trabalhava e o lote vizinho estava danificada. A equipe, então, decidiu entrar nesse terreno ao lado para verificar se havia alguma pista sobre o paradeiro de Cintia.
Como o lote estava abandonado, os policiais arrombaram o portão da casa e, pouco depois, encontraram o corpo da cuidadora de idosos. As investigações revelaram que, após ser assassinada, a vítima foi arremessada para o terreno vizinho e arrastada para uma área onde não seria facilmente vista.
Com base em imagens de câmeras de segurança, a PCGO descobriu que, além da vítima, só Marcelo Júnior e um casal de idosos acamados por motivo de doença grave estavam no local de trabalho de Cintia. Os policiais também ouviram testemunhas, e investigadores da Delegacia de Homicídios procuraram pelo suspeito, encontrando-o no dia seguinte.
O indiciamento de Marcelo Júnior Bastos Santos deve ser feito na próxima quinta-feira (14/11), prevê o delegado-adjunto Carlos Alfama. Nesse dia, deverá ser divulgado relatório final do inquérito do caso.