Criança foi arremessada após motor de lancha explodir no Lago Paranoá
Explosão da lancha no último domingo (13/8) deixou menino de 9 anos e dois adultos feridos, com queimaduras de primeiro a terceiro grau
atualizado
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Testemunhas que presenciaram o acidente no qual a bomba do motor de uma lancha explodiu, no fim da tarde desse domingo (13/8), no Lago Paranoá, viram o momento em que uma das vítimas, um menino de 9 anos, foi arremessado para o alto, devido à força do impacto, e caído na área onde fica o tanque da embarcação, ponto mais atingido pelas chamas.
A criança foi a vítima mais atingida pelo fogo. Com queimaduras no rosto, no tórax, nos braços e nas pernas, de segundo e terceiro graus, o menino teve cerca de 70% do corpo machucado.
O pai da criança, um passageiro de 42 anos, teve 40% do corpo queimado, com ferimentos dos mesmos graus no rosto, nos braços e nas pernas. Ele também relatou sentir dores no ombro esquerdo.
Outro parente das vítimas, um homem de 68 anos e pai de outro ocupante da lancha, sofreu queimaduras de primeiro grau no braço esquerdo; além disso, apresentou estado de crise nervosa.
Os três precisaram ser levados para a unidade de referência em casos de queimaduras no Distrito Federal, o Hospital Regional da Asa Norte (HRan).
O Metrópoles apurou que o menino foi transferido para o Hospital da Criança de Brasília José de Alencar (HCB) e segue internado em estado grave. Apesar disso, está sedado e tem quadro estável.
O pai da criança continua na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HRan, para tratar das queimaduras e de uma fratura em um dos braços.
Momento da explosão
Uma testemunha relatou que estava em outra lancha com amigos e atracava para abastecer a embarcação, no posto do Clube Cota Mil, quando viu o momento da explosão.
A lancha atingida também abastecia no local, e a explosão teria provocado um buraco na parte superior do tanque de combustível do barco.
Além disso, a criança caiu dentro da embarcação após ser arremessada, segundo a testemunha. “O motor da lancha fica atrás, e há esse compartimento que é um alçapão, onde fica o tanque com as engrenagens”, afirma o empresário Nick Rafael Castro, 40 anos, que presenciou o acidente.
Em seguida, um adulto teria se jogado dentro do tanque da embarcação para retirar a criança, que estava em meio às chamas. “Foi muito rápido. Eu estava com amigos em uma lancha de passeio, quando paramos atrás e vimos o grupo abastecendo. Em questão de minutos, [o barco] explodiu”, detalhou.
No entanto, Nick Rafael não soube explicar como as duas vítimas conseguiram sair do tanque, apesar de terem escapado rapidamente. “Vi que um menino caiu nesse alçapão, e um adulto foi pegá-lo; depois, saiu com ele no braço”, completou o empresário.
A testemunha acrescentou que uma mulher pulou na água para se proteger das chamas e que acionou o Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF) para resgatar as vítimas.
Perícia
A corporação atendeu à ocorrência por volta das 17h50, quando funcionários do posto de abastecimento tentavam conter as chamas. No local, os militares atenderam as três vítimas, que tiveram queimaduras de primeiro a terceiro grau.
A lancha transportava outras quatro pessoas, mas elas não se feriram. Os bombeiros conseguiram conter o incêndio após a explosão e fazer a ventilação da parte interna da embarcação, para eliminar gases inflamáveis.
Peritos da corporação, da Polícia Civil do Distrito Federal e da Capitania dos Portos da Marinha do Brasil atuaram para apurar as causas do acidente.
O que diz a Marinha
Em nota, a Marinha do Brasil informou que a Capitania Fluvial de Brasília instaurou inquérito administrativo para apurar as causas, circunstâncias e responsabilidades relacionadas ao acidente.
“A Marinha do Brasil lamenta o ocorrido e reforça a importância da execução das devidas manutenções nas embarcações, bem como do rigoroso cumprimento de procedimentos de segurança durante os reabastecimentos, tais como: arejamento do compartimento do tanque de combustível durante ao menos quatro minutos após o abastecimento e verificação da integridade do sistema de combustível, certificando-se de não haver vazamentos no compartimento dos motores”, ressaltou a Força Armada.