Corrupção no Iprev: PCDF e MP apreendem R$ 580 mil com investigados
Coluna Na Mira apurou que o advogado Ney Ferraz, atual secretário de Planejamento do Distrito Federal, é o principal alvo da ação
atualizado
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Equipes da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e promotores do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) apreenderam R$ 580 mil em espécie, em imóveis dos investigados por suposto esquema de corrupção no Instituto de Previdência dos Servidores do Distrito Federal (Iprev-DF).
A Operação Imprevidentes, que apura suspeitas de irregularidade no instituto, foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (9/2).
A coluna Na Mira apurou que o advogado Ney Ferraz, atual secretário de Planejamento, Orçamento e Administração do Distrito Federal, é o principal alvo da ação. Ele assumiu a presidência do Iprev-DF de 2019 a 2022.
Outro alvo das buscas foi Jefferson Nepomuceno Dutra, diretor de Investimentos do instituto.
As apurações policiais, iniciadas em 2021, visam detectar irregularidades no âmbito do Iprev-DF, no chamamento para credenciamento de fundos de investimento e instituições financeiras.
As equipes cumprem oito mandados de busca e apreensão, no Distrito Federal, em São Paulo e em Teresina. Os endereços abrangem o instituto, empresas supostamente envolvidas com o órgão e imóveis de investigados.
Nas diligências, surgiram suspeitas de diversas irregularidades praticadas por gestores do instituto na gestão de ativos financeiros, segundo a PCDF, desde credenciamento até destinação de recursos, apontando favorecimento a uma empresa de investimentos com sede na cidade de São Paulo.
As apurações indicaram incompatibilidades entre o padrão de vida e os vencimentos recebidos pelos agentes públicos investigados. As equipes verificaram que os suspeitos e familiares deles receberam enormes quantias em espécie e por meio de boletos.
Suspeitas
Os investigadores consideraram fortes os indícios do envolvimento de um dos sócios da empresa de investimentos de SP com os servidores públicos.
As suspeitas corroboram a hipótese de que gestores do instituto agiram para favorecer a destinação de recursos aos fundos de investimento representados pela empresa investigada. Como retribuição, teriam recebido vantagens indevidas, pagas em espécie, do responsável pela firma.
Os alvos são investigados pela possível prática de crimes de corrupção passiva e ativa, além de lavagem de bens, direitos e valores. Caso condenados, podem pegar pena de até 22 anos de prisão.
Equipes
Participaram da ação cerca de 50 policiais da Polícia Civil do Distrito Federal, com apoio operacional de policiais da Gerência de Inteligência da Polícia Civil do Piauí e da Divisão de Investigação de Crimes contra a Administração e Combate à Corrupção e Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores (DPPC), da Polícia Civil do Estado de São Paulo (PCSP).