Corpos de mãe e filha estavam escondidos há, no mínimo, uma semana
Os cadáveres em avançado estado de decomposição estavam parcialmente cobertos com folhas. A 19ª Delegacia de Polícia investiga o caso
atualizado
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Os corpos de mãe e filha, encontradas nas proximidades do Córrego da Coruja, no Sol Nascente, estão em avançado estado de decomposição. A coluna apurou que a morte ocorreu há, no mínimo, uma semana. O autor do crime tentou ocultar os cadáveres, que estavam parcialmente cobertos com folhas.
Devido ao estado de putrefação, os peritos criminais vão ao Instituto Médico Legal (IML) confirmar as características das lesões observadas. A necropsia será feita pelos médico-legistas. Fontes ouvidas pela coluna explicaram que nessa fase, o corpo começa a “derreter”, liquefazer. É a chamada fase coliquativa da putrefação, o que exige uma análise mais minuciosa para identificar as causas da morte.
Veja imagens do resgate dos corpos:
No local do crime, os peritos criminais identificaram objetos deixados pelas vítimas ou, possivelmente, pelo autor. As equipes da Seção de Crimes Contra a Pessoa (Morte Violenta) do Instituto de Criminalística (IC) também fotografam o ambiente, coletaram amostras e examinarão os corpos.
Entenda
Após 11 dias desaparecidas, Shirlene Ferreira da Silva, 38 anos, e Tauane Rebeca da Silva, 14, foram encontradas sem vida nessa segunda-feira (20/12), por volta das 18h. Como já estava escuro, e chovia no local, a perícia ficou prevista para ocorrer nas primeiras horas desta terça (21/12), por questão de segurança. O trabalho começou por volta das 10h. Quatro viaturas do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF) e duas da PCDF, do Instituto de Criminalística (IC), desceram para a região do córrego.
As vítimas estavam cobertas por folhas, o que leva os investigadores a acreditar que mãe e filha foram assassinadas e não vítimas de afogamento, como considerado inicialmente. Os peritos vão analisar se há vestígios de DNA nas unhas ou roupas que possam levar à identificação do autor do crime bárbaro.
Os agentes trabalham com a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte). A principal evidência é uma mochila com os pertences que as duas levaram para o córrego, que não foi encontrada.
Até então, a investigação estava com a 23ª Delegacia de Polícia (P Sul). Nesta manhã, o delegado adjunto da unidade, Vander Braga, sinalizou que o caso passou para a 19ª DP (P Norte), que vai comandar as apurações.
O delegado-chefe da 19ª DP, Gustavo Augusto da Silva Araújo, explica que a mudança de delegacia nas apurações ocorreu porque o caso havia sido registrado como desaparecimento na região onde as vítimas foram vistas pela última vez, e, agora, foram localizadas na circunscrição da 19ª.
“Aparentemente são vítimas de crime contra a vida. As informações que tivemos é que os corpos estão cobertos por capim e plantas. Na noite de ontem [segunda-feira], não foi possível chegar ao local devido a uma forte tempestade no local em período noturno. Voltamos hoje [terça] e iremos fazer a remoção dos cadáveres”, informou.
“Esperamos conseguir fazer a perícia para continuarmos as investigações e os procedimentos para tentarmos uma linha de investigação, identificar a autoria delitiva e consequentemente a prisão de um ou mais indivíduos.”
Área perigosa
Moradores da localidade relatam que a região é frequentada diariamente por diversas pessoas. “Há pessoas de bem e bandidos que estão aqui para roubar, fazer o mal. É comum ouvir tiros na área. É um local perigoso”, relatou um homem que preferiu não se identificar. Ainda de acordo com o morador, ele viu Shirlene e Tauane adentrando a mata no último dia em que foram vistas com vida.
“A vagabundagem fica por aqui direto. É um local perigoso”, explica o delegado chefe da 19ª DP.