Conheça a facção Guardiões do Estado: chefão foi preso no Entorno do DF
O alvo das polícias era Felipe Pereira, mais conhecido como Felipe Cabeça. O criminoso estava escondido em Luziânia, no Entorno do DF
atualizado
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Uma operação desencadeada pelas polícias civis do Ceará (PCCE), de Goiás (PCGO) e do Distrito Federal (PCDF) revelou a existência de integrantes de uma facção criminosa que domina a maioria dos presídios cearenses, e boa parte de comunidades localizadas em Fortaleza. No último fim de semana, as duas corporações prenderam um dos líderes da organização Guardiões do Estado (GDE) e um de seus principais comparsas.
O alvo das polícias era Felipe Pereira Silva, mais conhecido como Felipe Cabeça. O criminoso estava escondido em Luziânia, no Entorno do DF, havia quatro meses. De lá, o chefão ainda comandava uma onda de crimes no Ceará. Aliados do Primeiro Comando da Capital (PCC) e inimigos ferozes da do Comando Vermelho (CV), a facção GDE é conhecida por monopolizar o tráfico de drogas e ordenar homicídios em série contra seus rivais.
As investigações apontaram que a facção conta com uma espécie de “conselho”. Os conselheiros fazem parte da alta cúpula do grupo criminoso, que tomava as principais decisões, como a execução de “traidores” ou inimigos. “Ambos tinham mandado de prisão em aberto por crimes graves, como homicídio doloso, associação criminosa, organização criminosa e roubo”, explicou a delegada do Departamento de Homicídios de Proteção à Pessoa (DHPP), Patrícia Gonçalves.
Veja imagens da prisão do chefão da facção Guardiões do Estado:
Racha na facção
De acordo com a polícia cearense, não há como afirmar, ainda, se a presença de integrantes do alto escalão no Entorno do DF teria por objetivo criar alguma célula do grupo na Região Centro-Oeste. “O fato é que apurou-se um racha no GDE, que está em guerra. Alguns integrantes estão disputando o poder depois que alguns líderes foram executados”, explicou a delegada.
A polícia cearense contou com o apoio de equipes da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), da PCDF e do Grupo Especial de Repressão a Narcóticos (Genarc) de Luziânia na operação que prendeu os dois faccionados. As investigações apontam que a GDE é a maior facção do Ceará e estima-se que o grupo tenha cerca de 9 mil filiados em presídios cearenses, enquanto seu principal concorrente, o Comando Vermelho, teria mais de 12 mil.
Dentre os atos de maior repercussão da GDE, está a série de atentados a ônibus e equipamentos públicos na Grande Fortaleza, em abril de 2017, considerada a maior da história da capital. Ao todo, entre 19 e 22 daquele mês, foram 34 ataques a equipamentos públicos registrados na capital cearense e no município de Itapiúna, sendo 22 ônibus incendiados e quatro delegacias, dois bancos, seis carros de concessionários do estado e a antiga sede da Guarda Municipal de Fortaleza atacados.
Em 2017, a facção, que antes era “neutra”, decidiu se aliar ao Primeiro Comando da Capital, e ao Bonde dos 40, fazendo assim a linha de frente contra o Comando Vermelho, em todo o estado do Ceará.