Com facção e PMs, político proíbe campanha de candidatos e espiona PF
A investigação demonstrou que foram utilizadas estruturas de estado, inclusive, de forças policiais para benefício de uma chapa concorrente
atualizado
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A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (3/10), a Operação Tupinambarana Liberta, com o objetivo de combater crimes de associação criminosa, corrupção eleitoral, abolição do estado democrático de direito, utilização de violência para obter votos e impedir o exercício de propaganda eleitoral.
A operação mobiliza aproximadamente 50 policiais federais que cumprem cinco mandados de busca e apreensão em locais identificados durante as investigações em Manaus.
O objetivo da ação é desarticular associação entre integrantes de facção criminosa e agentes públicos, os quais entraram em conluio visando a prática de crimes eleitorais em prol de uma candidatura na cidade de Parintins (AM).
A investigação demonstrou que foram utilizadas estruturas de estado, inclusive, de forças policiais para benefício de uma chapa concorrente à Prefeitura de Parintins.
Além dos mandados de busca, a Justiça Eleitoral determinou a proibição do acesso dos investigados à cidade de Parintins e a proibição de contato dos investigados entre si e com coligações partidárias do referido Município.
Investigação
A investigação foi iniciada em razão de notícia de fato apresentada pelo Ministério Público Eleitoral em Parintins à Polícia Federal em 16 de setembro deste ano.
Durante as investigações, surgiram indícios de ameaças de líderes comunitários ligados a uma facção criminosa nacional de tráfico de drogas proibindo o acesso de candidatos à prefeitura a certos bairros, bem como vedação de circulação em determinadas localidades.
Aliado a isso, foram colhidos indícios acerca da possível inércia de agentes públicos para coibir tais ameaças em prol de uma candidatura à Prefeitura de Parintins. As ações coordenadas do grupo criminoso teriam promovido a espionagem de pessoas ligadas a um grupo político do município e também monitorado o deslocamento de policiais federais com a finalidade de frustrar a atuação da PF.
A operação conta com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar no Estado do Amazonas no acompanhamento da execução em face dos policiais militares envolvidos.
Tupinambarana Liberta
O nome da operação decorre do termo utilizado atualmente pelos moradores de Parintins, chamando-a de “ilha Tupinambarana, a ilha da magia”, fazendo referência a região que foi habitada por diversas etnias indígenas, dentre elas os Tupinambás.
O município é conhecido por situar o Festival Folclórico de Bois Bumbás, Garantido e Caprichoso.