Ciganos portugueses que deram golpe em Águas Claras fazem mais vítimas
O modo de agir do bando é o mesmo ao longo dos últimos anos. Articulados, eles têm a habilidade de vender “gato por lebre”
atualizado
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Alvo de operação da Polícia Civil do Distrito Federal há seis anos, a quadrilha formada por ciganos portugueses voltou a fazer novas vítimas. O bando ficou conhecido por enganar dezenas de comerciantes de Águas Claras após vender produtos falsificados como se fossem originais. E eram ardilosos para fazer negócios.
No mês passado, a dona de uma loja, em São Paulo, caiu no golpe dos ciganos e comprou perfumes falsificados com suposta garantia de originalidade. Ela percebeu que o produto era uma imitação barata apenas após concluir a transação. O pai da vítima entrou em contato com a coluna para relatar o crime após identificar o rosto de um dos ciganos em uma matéria publicada pelo Metrópoles, em 2016.
O modus operandi do bando permanece o mesmo ao longo dos últimos anos. Articulados, simpáticos e bem vestidos, os ciganos portugueses têm a habilidade de vender “gato por lebre”. A história envolvendo o grupo começou a ser desvendada em 26 de fevereiro daquele ano, quando a PCDF deflagrou a Operação Ilusionista. Na oportunidade, 11 suspeitos foram presos.
Contrabando internacional
Em seu país de origem, a rede de contrabando internacional mantinha conexões e também aplicava golpes. O caso investigado pela antiga Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, à Ordem Tributária e a Fraudes foi acompanhado de perto pela Embaixada de Portugal.
Segundo as investigações ocorridas em 2016, todos moravam em Águas Claras e andavam em carros de luxo. Os portugueses escolheram um café em frente ao ponto comunitário de exercícios como lugar de encontro. Em muitos momentos, à luz do dia, eles se reuniam e conversavam sem expor os produtos.
Ilusionismo
Bolsas, malas, jaquetas de couro e perfumes eram oferecidos em locais de grande circulação e com compradores em potencial, como shoppings, portas de escolas e tribunais. Segundo os investigadores, eles agiam como atores para convencer os clientes sobre a boa qualidade dos produtos: passavam um produto químico para proteger roupas e, na hora da venda, colocavam fogo para mostrar que o material “não queimava”.
Equipados com máquinas de cartão, para facilitar o pagamento, os estelionatários vendiam kits compostos por camisetas, canetas e malas por até R$ 3 mil.
Após a repercussão do caso, boa parte do grupo deixou o Distrito Federal para fixar residência em outras unidades da Federação.