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Chefe pediu para funcionária do Madero usar cinta para emagrecer. Veja

A jovem trabalhou no local por mais de quatro anos enfrentando comentários depreciativos sobre seu peso

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Foto de uma mulher obesa aplicando ozempic - Metrópoles
1 de 1 Foto de uma mulher obesa aplicando ozempic - Metrópoles - Foto: Getty Images

Conforme a coluna revelou, uma ex-gerente geral da unidade de Águas Claras do restaurante Madero está processando a empresa por assédio moral e gordofobia.

Aos 25 anos, ela afirma ter sido submetida a um ambiente de trabalho hostil, em que seu chefe não apenas a pressionava a emagrecer, mas chegava a sugerir que usasse uma cinta de compressão para melhorar a aparência.

A jovem trabalhou no local por mais de quatro anos enfrentando comentários depreciativos sobre seu peso. “Ele dizia que eu precisava mudar minha aparência para representar melhor a empresa.”

De acordo com a vítima, o supervisor chegou a criar um grupo de WhatsApp chamado “Kilos Mortais”, destinado a monitorar a frequência dos gerentes na academia e pressioná-los a emagrecer.

“Participar desse grupo era obrigatório. Se eu não aparecesse na academia, era repreendida”, explicou. Segundo a jovem, a pressão e o controle sobre sua aparência causaram “considerável constrangimento e sofrimento moral”, impactando sua saúde mental.

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“A pressão era tanta que, em algumas reuniões, eu não conseguia segurar as lágrimas”. Conversas obtidas pela reportagem revelam a gordofobia no restaurante: “Não fala que eu te falei. Ele (o chefe) disse que você é uma boa gestora, mas você precisa se cuidar pessoalmente. A questão do seu perfil visual… Não está adequado conforme eles querem, entendeu?”

O advogado Danilo Matos, que representa a vítima, destacou que “o que ocorreu no Madero é uma violação dos direitos humanos básicos. O assédio moral, combinado com a discriminação por gordofobia, cria um ambiente de trabalho tóxico, que pode ter sérias consequências para a saúde mental”. Em conversas informais, outras colegas também relataram experiências semelhantes de discriminação e assédio na empresa.

A ação trabalhista tramita no Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região.

O que diz o Madero

Em nota, o Grupo Madero afirma que “repudia qualquer forma de discriminação”. “A empresa adota políticas rigorosas e realiza treinamentos constantes para assegurar um ambiente de trabalho ético, inclusivo e respeitoso”, diz.

“Sobre o processo em questão, a empresa informa que apresentou, tempestivamente, sua defesa e os esclarecimentos necessários nos autos da Reclamatória Trabalhista”, finaliza.

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