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Chapa PPK: traficantes vendiam lubrificante vaginal à base de maconha

Conhecido como Chapa PPK, o óleo rico em tetrahidrocanabinol – o famoso THC – era o carro-chefe do grupo criminoso e custava R$ 130

atualizado

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1 de 1 Mulher com folha de maconha - Foto: Reprodução

Orgasmos múltiplos, torpor e sensação de “alcançar o nirvana” são algumas das promessas sexuais de um lubrificante feito com compostos da Cannabis, planta da maconha. Conhecido como Chapa PPK, o óleo rico em tetrahidrocanabinol – o famoso THC – era o carro-chefe da associação criminosa especializada no tráfico de drogas desmantelada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) nessa terça-feira (24/9).

O esquema era comandado por um casal residente em Pirenópolis (GO) desde 2018, segundo as apurações da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord). A maconha era utilizada como matéria-prima para a elaboração de produtos que iam de protetores labiais a lubrificantes vaginais. O bando faturava alto, já que os itens custavam caro: alguns passavam de R$ 900.

O casal operava um grupo no WhatsApp como canal de comunicação direto com os usuários dos diversos tipos de drogas. O grupo existia desde 2021 e contava com diversos perfis cadastrados com linhas telefônicas da capital do país.

Por meio desse canal de diálogo, era possível receber catálogos de produtos e promoções dos itens à base de maconha. Com mais de 60 mil seguidores nas redes sociais, o bando distribuía em todo o território brasileiro.

Veja imagens do Chapa PPK vendido pelo grupo criminoso:

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Chapa PPK

Quando comercializavam o lubrificante, que tinha preços partindo de R$ 130 – o frasco com cerca de 15 ml –, os criminosos frisavam que a substância era um produto “especializado para a região íntima rico em canabinoides. Ao aplicar diretamente na vagina, outros neurotransmissores são ativados e liberados no nosso corpo, em especial o óxido nítrico”, dizia a propaganda.

Além de supostamente garantir orgasmos múltiplos, o lubrificante, de acordo com o casal de traficantes, promovia o suposto tratamento da região íntima. “Nosso lub das deusas, perfeito e sem defeitos. É feito com flores da cannabis orgânica. Além de estimular a área íntima, promovendo orgasmos incríveis, ele pode ser usado para tratar fissuras e ressecamento vaginal”, apontava outra propaganda.

Segundo as investigações, o grupo exercia ilegalmente a medicina e praticava curandeirismo, anunciando supostas curas e colocando pessoas e animais em perigo. A rede criminosa ainda fabricava e fornecia produtos comestíveis à base de cogumelos alucinógenos (psilocibina) e maconha. O bando agia sem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Bichos

A rede criminosa estaria prescrevendo as drogas até mesmo para animais de estimação. O grupo, inclusive, remeteu a droga para uma médica veterinária do DF.

Pelas plataformas digitais, eles anunciavam e vendiam diferentes tipos de drogas ilícitas para todo o Brasil. O DF era um dos principais destinos.

Chocolates

De acordo com a Cord, a quadrilha, inclusive, oferecia entorpecentes adicionados a alimentos, tais como chocolates e brownies. Batizada como Aruanda, a operação teve apoio da Polícia Civil de Goiás (PCGO) e dos Correios.

Foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão no DF e nas cidades de Anápolis (GO) e Pirenópolis (GO). Dois alvos da operação foram presos em flagrante.

Os investigados responderão pelos crimes de exercício ilegal da medicina, curandeirismo, charlatanismo, tráfico de drogas interestadual, associação para o tráfico e disseminação de espécies que possam causar dano à agricultura, à flora e aos ecossistemas. Em caso de condenação, podem ser sentenciados a até 39 anos de prisão.

* Inicialmente, o Metrópoles usou a grafia do produto com X (Xapa Xana), mas uma empresa com o mesmo nome – como é conhecido popularmente o lubrificante vaginal – acionou a reportagem, informando que não foi alvo de nenhuma operação policial nem é investigada pela PCDF.

 

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