Chacina no DF: bilhete que atraiu vítimas foi escrito por Horácio, conclui laudo
Laudo do Instituto de Criminalística aponta diversas semelhanças entre caligrafia do preso e a que estava no caderno abandonado no cativeiro
atualizado
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Horácio Carlos, 49 anos, é o autor do bilhete usado para atrair as vítimas da maior chacina do Distrito Federal, apontou um exame grafotécnico obtido pelo Metrópoles nesta sexta-feira (17/2) e feito pelo Instituto de Criminalística (IC).
Segundo o laudo, concluído com 110 páginas, as principais convergências entre a caligrafia de Horácio com o texto no caderno encontrado no cativeiro são “a qualidade geral do traçado, o grau de habilidade de punho, a proporcionalidade, os espaçamentos adotados, a inclinação axial, o calibre, os ataques e remates, o andamento gráfico, os aspectos angulares e curvilíneos, bem como as ligações e a morfogênese das unidades e conjuntos gráficos”.
A mensagem estava no local em que a família foi mantida refém, em Planaltina, e teria sido escrita pelos criminosos baseado no linguajar de Marcos Antônio Lopes de Oliveira, 54 anos, sogro da cabeleireira Elizamar da Silva, 39.
“Chefe, como está o seu dia? Vou precisar de ajuda urgente”, começa a mensagem. “Thiago, tem como você vir à chácara? Vou explicar o que está acontecendo. Se puder, venha hoje com a Eliza [Elizamar] e os meninos”, diz a carta.
“O cativeiro era frequentado por todos eles, pelos autuados e também pelo procurado, mas, lá dentro, eles tinham uma liderança. A gente acredita que o bilhete tenha sido escrito ou ordenado pelo Gideon e Horácio”, explicou Ricardo Viana, delegado da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) à época da investigação. O bilhete seria um rascunho de uma mensagem enviada pelo WhatsApp.
Ao todo, cinco pessoas estão presas por envolvimento na morte de 10 pessoas da mesma família. Os crimes pelos quais foram denunciados, de acordo com a participação de cada um, são:
- Gideon Batista de Menezes: homicídio triplamente qualificado, homicídio duplamente qualificado, ocultação e destruição de cadáver, corrupção de menores, sequestro e cárcere privado, extorsão mediante sequestro, constrangimento ilegal com uso de arma, associação criminosa e roubo.
- Horácio Carlos Ferreira Barbosa: homicídio quadruplamente qualificado homicídio triplamente qualificado, homicídio duplamente qualificado, ocultação e destruição de cadáver, corrupção de menores, extorsão mediante sequestro, sequestro e cárcere privado, constrangimento ilegal com uso de arma, associação criminosa, roubo e fraude processual.
- Carlomam dos Santos Nogueira: homicídio quadruplamente qualificado, homicídio triplamente qualificado, extorsão mediante sequestro, corrupção de menor, ocultação e destruição de cadáver, sequestro e cárcere privado, ameaça com constrangimento ilegal com uso de arma e roubo. uso de arma, associação criminosa.
- Carlos Henrique Alves da Silva: homicídio duplamente qualificado e sequestro e cárcere privado.
- Fabrício Silva Canhedo: extorsão mediante sequestro, associação criminosa, roubo e fraude processual.
Um adolescente de 17 anos foi apreendido por suspeita de participação no crime. No entanto, ele não é alvo da denúncia do MPDFT. Somadas, as penas dos cinco acusados podem chegar a 380 anos de prisão. Contudo, no Brasil, o prazo máximo para permanência na cadeia é de até 40 anos.