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Caso João Miguel: três dias após soltura, carroceiro é novamente preso

Prisão foi convertida em preventiva nesta terça pelo Tribunal de Justiça do DF. Jackson Nunes de Souza, 19, teria ajudado na morte do garoto

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PCDF/Divulgação
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1 de 1 João-miguel-desaparecido - Foto: PCDF/Divulgação

O carroceiro Jackson Nunes de Souza, 19 anos, acusado de ter envolvimento no brutal assassinato de João Miguel Silva, 10, foi preso nesta terça-feira (29/10). Ele havia sido solto nesse sábado (26/10), após encerramento do prazo da prisão temporária, mas o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) emitiu mandado de prisão preventiva nessa segunda-feira (28/10), cumprido pela 8ª Delegacia de Polícia (SCIA/Cidade Estrutural).

Jackson estava atrás das grades desde 27 de setembro, quando confessou que ajudou a enterrar o corpo de João Miguel em uma fossa do bairro Lúcio Costa, no Guará, em área vegetação próxima ao viaduto que dá acesso ao Guará I. João passou 15 dias desaparecido até ser encontrado. Ele teria sido morto pelos acusados devido ao suposto furto de um cavalo.

A coluna Na Mira apurou que, na última quarta-feira (23/10), a Polícia Civil do DF (PCDF) pediu à Justiça que a prisão de Jackson fosse convertida em preventiva.

O Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) se pronunciou favoravelmente ao pedido, na noite de sexta-feira (25/10). Contudo, o TJDFT não havia se manifestado sobre o requerimento dentro do prazo, e Jackson acabou liberado da prisão, devido ao fim do prazo definido para a reclusão temporária.

Jackson responde pelos crimes de ocultação de cadáver e corrupção de menores. Se condenado, ele pode receber pena de até 15 anos de prisão. A namorada dele, uma adolescente de 16 anos que confessou ter asfixiado João Miguel, e um dos irmãos do carroceiro, também de 16 anos e envolvido no crime, seguem internados no Sistema Socioeducativo no Distrito Federal.

Crime premeditado

As investigações da PCDF revelaram que os assassinos de João Miguel planejaram o crime após suspeitar que a criança tivesse cometido furtos contra os criminosos e por causa de um cavalo dos suspeitos que o menino teria perdido.

Integrantes da 8ª DP descobriram das supostas desavenças entre Jackson e João Miguel no dia em que o corpo da criança foi encontrado, em 13 de setembro. “Não há qualquer ocorrência registrada na Polícia Civil que confirme a prática desses furtos contra os suspeitos, mas eles relataram que a vítima teria levado bomba d’água, cigarros, narguilé, galinhas, além de ter perdido um cavalo”, comentou, à época, a delegada-chefe Bruna Eiras.

Os policiais também suspeitaram que o carroceiro pudesse ter envolvimento no crime, pois o corpo de João Miguel havia sido encontrado amarrado com um cabresto. “O item, por si só, leva a um indício de que seria alguém que pudesse mexer com cavalos. E aquele local de mato onde ele foi deixado também demonstra que [o assassino] era alguém que conhecia a região, por ser um local de difícil acesso”, completou a delegada.

Apesar das desavenças, o menino de 10 anos frequentava a casa do carroceiro. No entanto, o estopim dos problemas teria sido o sumiço do cavalo, que João Miguel havia pegado emprestado de Jackson, mas acabou fugindo. “Esse prejuízo, somado a vários outros, estava incomodando bastante a família do autor [do crime]”, afirmou Bruna Eiras.

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