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Carona em viatura: coronéis da PMDF foram exonerados a mando de major

Denúncias são apuradas pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Subcomandante foi afastado por determinação judicial

atualizado

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policiais militares
1 de 1 policiais militares - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Entrave entre grupo de coronéis da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e um major da corporação virou alvo de investigação conduzida pela Promotoria de Justiça Militar do Distrito Federal. Denúncias apontam que o major Fábio Borges dava ordens para intimidar coronéis que atuavam na Corregedoria e, com isso, cessar investigações que poderiam comprometê-lo.

As determinações, ainda de acordo com os relatos, eram executadas pelo então subcomandante-geral Hércules Freitas. Devido à gravidade do caso em apuração, a Justiça determinou a exoneração do oficial do cargo de chefia, medida assinada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) e publicada no Diário Oficial do DF na última terça-feira (26/4).

Freitas também foi proibido de ir à sede do Comando-Geral da PMDF, de acessar os sistemas e processos inerentes ao exercício do cargo que deixou de exercer e de se utilizar das prerrogativas e insígnias inerentes ao subcomando. Tudo isso sob pena de ser decretada prisão preventiva por desobediência. A coluna teve acesso a todos os detalhes do processo, que tramita em segredo de Justiça.

No procedimento, a Vara de Auditoria Militar explica que o pedido de afastamento do oficial, feito pelos promotores de Justiça, veio acompanhado de documentos e relatos testemunhais que indicam indícios concretos de crimes graves por parte do ex-subcomandante-geral, além de indícios graves de desvio de finalidade dos atos administrativos.

“O pedido merece acolhimento não só para viabilizar a apuração dos fatos praticados pelo coronel Hércules Freitas, como também para evitar a prática de novos atos com aparência de viciados pela finalidade, além de condutas com aparência de criminosa por parte do mencionado oficial. Assim, a medida cautelar diversa da prisão requerida pelo Parquet é suficiente e adequada para que haja a garantia da investigação criminal, por meio da instauração e condução regular de Inquérito Policial Militar”, detalha a decisão.

Ameaça

Fábio Borges e Hércules Freitas já eram alvos de inquérito que apura carona com viaturas da corporação. Os dois estavam em uma festa quando Borges ligou para o 190 e ordenou que os militares que atenderam a ocorrência levassem um de seus funcionários de volta para residência dele, em Ceilândia. No diálogo, o major chega a mencionar que a solicitação havia partido do subcomandante. Á época dos fatos, em dezembro do ano passado, Borges era auxiliar de Hércules Freitas no Comando-Geral da PMDF.

Ao descobrir que procedimentos haviam sido instaurados contra ele na Corregedoria, Fábio Borges teria entrado em contato com o coronel Marcelo Koboldt, irmão do então corregedor adjunto, Marcus Paulo Koboldt, responsável pelas investigações. Segundo o relato de Marcelo, o major teria informando que “as coisas não estavam boas”, pois o coronel Marcus Paulo Koboldt o estava perseguindo. Ainda de acordo com o policial, o major teria falado que ele poderia alertar o irmão sobre a exoneração, “pois o decreto já estaria sendo feito.”

Em 23 de dezembro de 2021, houve uma acareação, na sede do Comando de Policiamento de Missões Especiais, entre Fábio Borges e Marcelo Koboldt. Na ocasião, Marcelo reafirmou o teor do depoimento anterior. O major alegou que não se recordava de ter falado ao telefone com Marcelo nem de ter tratado sobre o então corregedor adjunto. Acrescentou “que não sabe dizer por qual motivo o coronel Marcelo Koboldt, a quem tinha como um amigo e frequentador da sua residência, deslocou-se à Corregedoria da PMDF e deu conhecimento dos fatos que deram origem ao inquérito.”

Entretanto, em 19 de janeiro deste ano, o coronel Marcus Paulo Koboldt, foi retirado do cargo de corregedor adjunto. A exoneração foi assinada por Hércules Freitas. No mês seguinte, em fevereiro, o subcomandante também pediu a exoneração do coronel Alessandro Marco Alencar Alves da chefia do Departamento de Controle e Correição. No papel de corregedor, Marco Alves tinha dado prosseguimento às investigações contra o major, o que teria irritado a cúpula da corporação.

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