Bolsonaristas procuraram sniper para aprender a usar armamento pesado
A informação foi confirmada pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), em coletiva de imprensa realizada nesta terça (27/12)
atualizado
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Acampados no Quartel-General do Exército, bolsonaristas procuraram um sniper para aprender a manusear armamento de grosso calibre, como fuzil. A informação foi apurada pela coluna e confirmada pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), em coletiva de imprensa realizada no Palácio do Buriti na manhã desta terça-feira (27/12).
Na ocasião, o chefe do Executivo local declarou que o delegado-geral da Polícia Civil do DF (PCDF), Robson Cândido, relatou que existia uma mentalidade totalmente voltada para o crime com atos preparatórios buscando cursos como sniper para poder utilizar armamentos de alta potência.
“Estamos tratando realmente como ato terrorista. Todas as providências já foram tomadas pela polícia e pelo Poder Judiciário no sentido da repressão. Queremos deixar bem claro que a polícia está preparada para reprimir atos como esses. É um crime hediondo e que pode levar até 30 anos de prisão”, salientou Ibaneis.
O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, acrescentou que o enquadramento final do caso cabe ao Judiciário. “Porém está sendo tratado naquilo que nos cabe, como terrorismo. O próprio depoimento do George (bolsonarista preso com armas e explosivos) deixa isso claro. Houve busca de preparação para ser sniper. É um elemento dissuasório”, iniciou.
“Isso não pode ser tratado como uma coisa qualquer. Estamos tratando de pessoas que ameaçam vidas e integridade física e patrimonial. Por isso, provavelmente, receberão penas muito altas. Que isso sirva de exemplo para eventuais outras pessoas que tenham a mesma intenção”, esclareceu Dino.
Arsenal
Após a prisão do empresário identificado como George Washington Oliveira Sousa, 54 anos, que planejava um atentado em Brasília, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) encontrou um arsenal de armas e explosivos trazido pelo homem ao Distrito Federal.
Segundo apurado pelo Metrópoles, o suspeito tem registro de caçador, atirador e colecionador (CAC), é paraquedista e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL). Veio para a capital para participar dos atos em frente ao Quartel General do Exército e estava hospedado em um apartamento alugado no Sudoeste. O suspeito foi indiciado por porte e posse ilegais de armas e munição, além de crime contra o Estado Democrático de Direito.
Veja imagens do empresário e do arsenal apreendido pela PCDF:
O preso confessou que estava planejando um atentado para o dia da posse do presidente eleito Lula. Com ele, foram apreendidos seis explosivos. O arsenal foi encontrado em um apartamento alugado do Sudoeste, área nobre do DF. Ele teria trazido a maioria do material do Pará, em uma caminhonete. As investigações apontam que as emulsões foram enviadas posteriormente.
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O empresário confessou ser o dono da emulsão explosiva (espécie de bomba usada em garimpo) colocada próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília.
O artefato foi colocado em um caminhão-tanque que entraria no terminal aeroviário. Se explodido, teria provocado uma tragédia, segundo Robson Cândido. A perícia da PCDF identificou que houve tentativa de explodir o artefato, mas sem sucesso. “Graças a Deus, conseguimos interceptar. Não conseguiram explodir, mas a perícia nos relata que eles tentaram acionar o equipamento”, acrescentou o delegado-geral.