DF: bando se passa por diretores do BNDES para dar golpe de R$ 700 mil
Segundo as investigações, os crimes ocorreram no primeiro trimestre do ano passado na Asa Sul e Lago Sul
atualizado
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A 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) deflagrou, na manhã desta sexta-feira (23/2), a Operação Fomento II contra estelionatários que deram golpe de R$ 700 mil. Os criminosos se passavam por diretores do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
São cumpridos seis mandados de prisão preventiva em Águas Claras, Guará e Goiânia (GO). Até a última atualização desta reportagem, quatro pessoas haviam sido presas e duas permaneciam foragidas.
Segundo as investigações, os crimes ocorreram no primeiro trimestre do ano passado na Asa Sul e no Lago Sul.
Os mandados foram deferidos pela 5ª Vara Criminal de Brasília, após mais de um ano de investigações e ações de inteligência promovidas pela 10ª DP, a qual conseguiu identificar seis autores do crime.
Modus operandi
De acordo com os investigadores, os autores cooptaram a vítima, empresário do agronegócio, e, passando-se por diretores do BNDES, solicitaram o pagamento de R$ 700 mil em dinheiro, a título de taxa, a fim de que conseguissem liberar um empréstimo com juros vantajosos no valor de R$ 20 milhões.
As negociações do golpe, que duraram quase dois meses, ocorreram em um restaurante na Asa Sul. A entrega do dinheiro foi feita em um restaurante no Lago Sul.
A polícia informou que os dois foragidos são João Gutemberg da Silva e Luciano de Oliveira Gomes. Quem tiver informações sobre a dupla pode entrar em contato com a corporação por meio do 197.
Goiânia
Em 9 de fevereiro deste ano, a Polícia Civil de Goiás (PCGO) prendeu dois homens que pertencem ao grupo investigado pela PCDF: Gilberto Rodrigues de Oliveira, 54 anos, e Girlandio Pereira Chaves, 49.
As investigações começaram em dezembro de 2023, após uma fraude na qual uma procuradora aposentada do Tribunal de Contas do Estado do Tocantins (TCE-TO) amargou prejuízo de R$ 1 milhão ao pedir um empréstimo equivalente a 15 vezes esse valor.
A título de uma suposta garantia pelo dinheiro que seria entregue pela vítima, os estelionatários lhe deram uma bolsa cheia de falsos dólares e fugiram com o dinheiro verdadeiro. Com Gilberto Rodrigues, a polícia encontrou e apreendeu mais de R$ 39 mil em espécie.
Até o momento, a PCGO identificou sete vítimas, as quais tiveram prejuízo de mais de R$ 4,7 milhões. No entanto, as investigações indicam que os fraudadores teriam feito inúmeras outras por todo o país.
Em maio de 2023, o então presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, formalizou ao ministro da Justiça e Segurança Pública da época, Flávio Dino, denúncia sobre as fraudes.
Todos envolvidos nos crimes tinham registros criminais anteriores, das mais diversas naturezas. Agora, eles devem responder por estelionato e associação criminosa.