Balada, bebida e chantagem. Saiba quem é o “mestre dos disfarces”
O estelionatário foi o principal alvo da Operação Ambrósio, deflagrada nesta sexta (3/5). Ele favorecia criminosos que atuam com grilagem
atualizado
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Investigado por se passar por integrantes do alto escalão do Governo do Distrito Federal, Geildo Ferreira da Silva e Souza, 46 anos, usava o falso cargo de subsecretário da Casa Civil para conseguir acesso a eventos badalados da capital federal e favorecer criminosos que atuam com o parcelamento irregular de terras.
O estelionatário foi o principal alvo da Operação Ambrósio, deflagrada nesta sexta-feira (3/5). A ação foi desencadeada pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor).
As investigações apontam que o golpista afirmava que conseguia evitar ações do DF Legal, cancelar multas e até mesmo impedir demolições de prédios em invasões. Costumava participar de reuniões em administrações regionais se passando por subsecretário.
Com boa lábia e vestido a caráter, com direito a terno e broche de órgãos do Executivo local, Geildo Souza, se apresentava como subsecretário Gean e tinha acesso a áreas VIPs de festas e eventos realizados em Brasília. Conseguia até mesmo combos de bebidas.
“Durante as investigações, vários empresários, donos de casas noturnas do DF foram ouvidos e confirmaram que o investigado ingressava nos estabelecimentos, sem pagar nada, sob o argumento de que poderia ajudá-los em eventuais fiscalizações do DF Legal”, explicou o delegado Waldemar Tassara, da Draco.
Os investigadores identificaram episódios em que o suspeito se apresentou como integrante do governo ao tentar barrar uma demolição. Aplicava multas e cobrava propina. Na casa do homem, a polícia apreendeu imãs para carro com a marca do DF Legal, além de documentos, celulares e acessórios. Além do falso servidor, outros três indivíduos são investigados por grilagem de terras.
No total, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em Águas Claras, Vicente Pires e Taguatinga.
As buscas realizadas nesta sexta buscam colher mais elementos para a investigação. De acordo com a PCDF, não há indicativo da participação de servidores públicos ou agentes políticos nos crimes em apuração.
Os investigados podem responder, entre outros delitos, pelos crimes de tráfico de influência, fingir-se funcionário público, falsidade documental, esbulho possessório, loteamento irregular de terras, estelionato e associação criminosa.
O nome da operação faz referência ao personagem enganador da peça O Noviço, de Martins Pena.
Bom nome
O DF Legal informou que, “desde o início das investigações, vem colaborando com os órgãos policiais e o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios na condução das investigações que levaram à prisão do suspeito.”
Além disso, o órgão reforçou que “trabalha incessantemente para manter o seu bom nome perante à população, coibindo pessoas de má-índole de usar sua imagem para a execução de crimes no Distrito Federal.”
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