Áudios: ouça como ocorria a transação de ladrões de carros no DF
Boa parte dos veículos eram oferecidos e negociados com receptadores por meio de conversas no WhatsApp, entre caminhonetes e carros sedãs
atualizado
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Organizados e com clientela cativa, os integrantes da quadrilha alvos de operação da Coordenação de Repressão a Crimes Patrimoniais (Corpatri), nessa terça-feira (28/6), mantinham diálogos constantes com os receptadores. Boa parte dos veículos eram oferecidos e negociados com receptadores por meio do WhatsApp.
Nas conversas, os “puxadores” de veículos, como são conhecidos os bandidos que cometem os roubos e furtos, deixam claro a diversidade de automóveis à disposição. Em uma das trocas de mensagens, um ladrão comenta sobre a disponibilidade de um Polo. “Ei, Boqueta, se liga! Parece que pintou um Polo ali, moço. Fala para ele ter paciência. Parece que vai dar certo de hoje para amanhã. Tá esfriando (ato de deixar o carro furtado estacionado até que a polícia pare de procurá-lo)”, disse.
Em outro trecho, integrantes da quadrilha e receptadores analisam a situação de caminhonetes e veículos esportivos que entraram na mira do bando. “Vai dar certo. Tem outros dois: um Gol TSI e um Prisma automático, mas vamos esperar mais informações, porque eles estão todos esfriando”, afirmou o ladrão.
Escute áudios trocados entre os criminosos:
A operação
A PCDF cumpriu sete mandados de prisão preventiva e seis de busca e apreensão contra o grupo especializado em roubo de veículos na capital federal. Todos os integrantes são homens, na faixa etária entre 27 e 42 anos. De acordo com as investigações da Operação Rodeio, da Corpatri, o bando tinha preferência por caminhonetes de fabricação recente, que eram adulteradas e comercializadas por valores até 10 vezes menores do que os de mercado.
Três dos investigados eram responsáveis pelos assaltos, enquanto os demais integrantes faziam a conferência e a posterior adulteração do automóvel. Os criminosos visavam, de preferência, vítimas do sexo feminino, especialmente quando elas estavam sozinhas. As mulheres eram seguidas e abordadas por um comparsa armado, ao mesmo tempo em que outro assaltante acompanhava o crime com um carro de apoio.
Para evitar flagrantes, o grupo apressava-se para comercializar o veículo roubado. Os integrantes do bando tiravam fotos e gravavam vídeos para fazer as ofertas. Quando não tinha carros disponíveis de um roubo próprio, a quadrilha também negociava outros automóveis oriundos de desvios de terceiros.
Todos os suspeitos têm diversos antecedentes criminais. Três deles encontram-se em regime de prisão domiciliar. Os bandidos responderão pelos delitos de roubo de veículo, receptação, adulteração de sinais identificadores e associação criminosa, e podem pegar pena superior a 20 anos.
Veja ação de criminosos flagradas por câmeras de segurança:
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