Áudio. Testemunha de execução no DF: “Uns 30 tiros. Bala pra todo lado”
Desabafos viralizam pelas redes sociais e população de Santa Maria está assustada após assassinato de dois homens em ginásio local
atualizado
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Testemunhas contaram o terror que passaram durante a execução de dois homens em Santa Maria, na quarta-feira (13/7). Imagens de câmeras de segurança próximas ao Ginásio Central da cidade flagraram momentos de desespero quando dois encapuzados chegaram e acertaram as vítimas. Um homem detalha o que viu.
“Foi uns 30 tiros, velho. De 25 a 30 tiros. Foi bala demais. Foi bala demais. Só tinha visto um negócio desse em filme”, contou.
Segundo o relato, pouco antes do ataque havia acabado uma partida de futsal. O time vencedor tinha feito uma oração e um novo jogo iniciaria em instantes.
As pessoas começaram a ouvir, então, os estampidos dos disparos. Pensaram ser fogos de artifício, mas entraram em desespero ao perceber que se tratavam de tiros. “Todo mundo estava gritando: abaixa”, relatou.
“Os tiros comendo. Tinha umas 60 pessoas dentro do ginásio”, lembrou. Segundo a testemunha, um dos atiradores encapuzados perseguia uma das vítimas atirando se parar.
Parte do público ficou encurralada em um ponto da quadra. Em busca de segurança, derrubaram um portão do ginásio. “Achamos que era terrorista. Saiu matando todo mundo. Foi muito tiro”, completou.
“Cabuloso. Estou tremendo até agora. É angustiante. Não desejo essa sensação para ninguém”, afirmou. De acordo com a testemunha, os criminosos estariam esperando as vítimas em carros fora do ginásio.
Ouça áudio:
Confira fotos do local nesta manhã:
Outro morador da região administrativa, inclusive, fez uma live comentando o caso. Disse que as pessoas mortas eram conhecidas da vizinhança e todos estão assustados.
“A coisa aqui foi feia”, afirmou. “Amigo da gente aí”, pontuou. “É triste, velho”.
Assista relato:
Moradores e comerciantes assustados
A comerciante Andressa Pereira de Sousa, 26 anos, mora ao lado do Ginásio Central de Santa Maria e ouviu os disparos de arma de fogo durante o campeonato de futsal amador, nessa quarta-feira (14/7). A mulher contou ao Metrópoles que imaginou ser barulho de sinalizador, mas viu pela janela um jovem morto no chão.
“Já estava ensanguentado quando olhamos pela janela. Gritaria danada e todo mundo correndo. Peguei meus filhos e levei para o quarto para eles não ficarem assustados”, contou a mulher.
Andressa contou que o ginásio é um local movimentado e que nessa quarta estava mais que o normal, ainda assim em campeonatos não costuma ter brigas.
“Da forma que foi, imaginamos se tratar de um crime já planejado. Vieram para matar a pessoa certa, mas morreu mais gente por azar. O sentimento que fica é de insegurança. Tenho medo deles voltarem aqui para terminar o que começaram”, revelou.
A mulher mora no local há um ano e trabalha em uma loja de bolos, também ao lado do ginásio. Revela que o ambiente é de briga entre gangues.
“Sabemos que tem isso do grupo daqui não poder frequentar as quadras de lá e vice-versa. Tem gente que vive em guerra por aqui. É um local violento, mas no ginásio nunca tinha acontecido nada”, lembrou.
O caso
As vítimas dos dois atiradores encapuzados de Santa Maria chamam-se Cleiton da Cruz Araújo, 33 anos; Lucas Menezes Carvalho Torres, 27; e Isabella Raíssa dos Santos Lima, 19. Os dois homens não sobreviveram aos disparos, enquanto a mulher se encontra internada no hospital regional da cidade.
A 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria) investiga o caso. Inicialmente, a suspeita é de acerto de contas. Na noite de quarta-feira (13/7), as três vítimas estavam no Ginásio Central de Santa Maria, onde ocorria uma partida de futsal amador.
Um amigo de Cleiton da Cruz Araújo contou ao Metrópoles que a vítima tinha inimigos pela cidade.
O pedreiro também de 33 anos, que preferiu não se identificar, acredita que o crime teria sido motivado por um acerto de contas. “Não era santo, mas não merecia morrer assim. Com certeza passaram a informação de que ele estava aqui jogando bola, desprevenido e aproveitaram para executá-lo”.
De acordo com o homem, os dois são amigos há mais de 10 anos e Cleiton era apaixonado por futebol. “Esse ginásio aí foi uma coisa boa demais pra ele. Era uma pessoa boa, apesar de tudo. Já esteve envolvido com coisa ruim, mas tentava melhorar”, revela.
Testemunhas afirmam que os atiradores desembarcaram de um Ford Ka branco e de um Fiat Punto preto. Desceram armados e efetuaram disparos contra os homens. Na sequência, a dupla de encapuzados fugiu da cena do crime. Conforme relatos de um socorrista, Isabella teria sido atingida no abdômen por uma bala perdida.
Há suspeita de que haveria uma quarta vítima sem menor gravidade, que seria um homem atingido de raspão. Mas esta possibilidade segue em investigação. Imagens de câmeras de segurança próximas ao Ginásio Central de Santa Maria, flagraram momentos de desespero logo após a execução dos dois homens.
Terror
Os vídeos obtidos pelo Metrópoles mostram diversas pessoas que participavam da partida de futsal amador deixando o local às pressas para fugir dos tiros.
Assista ao vídeo:
🚨 Imagens flagraram correria após execução no Ginásio Central de Santa Maria, no Distrito Federal. Crime ocorreu durante uma partida de futsal amador
Atirador encapuzado abriu fogo no local e matou duas pessoas. Outras duas ficaram feridas e foram levadas para hospital pic.twitter.com/R9jGyAqyhg
— Metrópoles (@Metropoles) July 14, 2022
O Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF) também atendeu a ocorrência.
Um dos homens mortos usava o uniforme do Athalantas, clube de futebol amador da Cidade Ocidental (GO), Entorno do DF. A vítima tentou correr, mas caiu ainda dentro do ginásio, nas arquibancadas. O outro alvo dos atiradores desabou no estacionamento do local, ao lado de um carro vermelho, sem vida.
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