Áudio: golpista usa nome do PCC e tenta extorquir R$ 1 mil de repórter
O criminoso chega a dizer ao jornalista que membros da facção já teriam levantado o endereço dele e que passariam de carro para matá-lo
atualizado
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Em um golpe que se alastra pelo Brasil, estelionatários usam o nome da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e tentam extorquir vítimas que atendem as ligações. Usando prefixos de pelos menos dois estados diferentes, os bandidos ameaçam e pedem dinheiro para que elas não sejam mortas pela facção. Nesta quinta-feira (8/9), um dos repórteres do Metrópoles atendeu a um desses telefonemas.
Se identificando como “Mazinho do PCC”, o suposto faccionado é curto e grosso ao revelar que um homem havia oferecido R$ 2 mil aos integrantes do comando para que matassem o jornalista. A motivação seria ele ter “falado com a mulher” do homem que teria encomendado a execução.
O golpista chega a dizer ao comunicador que membros da facção já teriam levantado o endereço dele e passariam de carro para matá-lo. “Tua foto tá rolando aí no grupo da facção como ‘talarico’ [homem que se envolve com mulher casada], parceiro. O marido dela não gostou não, tá ligado. Ele pagou R$ 2 mil para os caras matar tu [sic]”, diz o criminoso. Obviamente, trata-se de uma invenção do estelionatário para tentar amedrontar e conseguir dinheiro fácil.
Ouça gravação do golpista que se passa por membro do PCC:
Barganha
Deixando o suposto integrante do PCC falar, o repórter propositalmente alongou a conversa para tentar pegar mais informações sobre o golpista. Num dado momento, o bandido afirma que tudo seria resolvido caso houvesse uma compensação financeira. “Alugaram um carro por R$ 1 mil para encostar na porta da sua casa. Se você não quiser problema, devolve esses R$ 1 mil e fica de boa. Ninguém mexe contigo”, garante o suposto faccionado.
Em seguida, o estelionatário fornece uma chave Pix, de um morador de Igarassu, município situado na região metropolitana de Recife, a 27 km da capital pernambucana. Pouco articulado e sem acesso a informações precisas, o criminoso chega a errar o nome do repórter e se enrola quando questionado sobre onde a vítima morava.
Após simular a transferência de R$ 1 mil para o Pix sugerido pelo criminoso, a ligação é encerrada. Durante o diálogo, o golpista usou um número de celular com o prefixo 41, do Paraná e outro, logo depois, com o prefixo 81, de Pernambuco. Após, desligar, o jornalista, que estava fora de Brasília, registrou ocorrência por meio da delegacia eletrônica.