Ataque em escola de Águas Claras seria cometido com bomba, afirma PCDF
Estudante de escola particular de Águas Claras postou, nas mídias sociais, ameaça de ataque com data marcada para esta quarta-feira (29/3)
atualizado
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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) informou que a ameaça de ataque em uma escola particular, na Avenida Jequitibá, em Águas Claras, prevista para esta quarta-feira (29/3), seria, inicialmente, um possível atentado a bomba.
O caso ocorreu dois dias após um estudante invadir uma escola pública na zona oeste de São Paulo, matar uma professora a facadas e ferir outras quatro pessoas.
A ameaça em Águas Claras também partiu de um aluno da unidade de ensino, pelo Instagram. Ele teria intenção de cometer um atentado a bomba no colégio, mas a ameaça não chegou a se concretizar.
Após descobrirem quem seria o suspeito de publicar as mensagens, a polícia foi à casa do estudante e não encontrou itens ilícitos nem artefatos explosivos.
Veja imagens:
Ameaças
Em mensagens publicadas anonimamente na internet, o estudante ameaçou alunos do 6º, 7º e 8º ano. “Apenas orem e rezem ao seu deus. Aproveitem enquanto podem. Amanhã [quarta-feira] será o grande dia”, escreveu.
O aluno acrescentou: “O tempo está acabando, seus vermes insolentes. Amanhã, o momento irá chegar, seus humanos desprezíveis”. Apesar do ocorrido, as aulas no colégio não foram suspensas.
A diretora do colégio, Tânia Maria Ferreira, afirmou à PCDF que tinha conhecimento sobre o teor das postagens e relatou que diversos alunos não compareceram às aulas nesta quarta-feira (29/3), por medo do ataque — inclusive o próprio autor das mensagens.
Nesta manhã, uma equipe de militares do Batalhão de Policiamento Escolar (BPEsc) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) esteve no colégio em que o jovem estuda e verificou que a ameaça não se concretizou.
“Perfil isolado”
Gestores da instituição de ensino identificaram o aluno — que teria publicado as ameaças em um perfil anônimo — e entraram em contato com a família dele. O estudante seria alvo de bullying de colegas e apresentava “perfil isolado”, segundo a direção da escola.
Os pais do estudante contaram aos investigadores que não permitiram que o adolescente fosse ao colégio nesta manhã, mas desconheciam a relação do filho com a autoria das mensagens.
Após a chegada da PMDF à instituição de ensino, os pais do suspeito levaram o estudante ao colégio, apresentaram-no à polícia e entregaram o celular dele aos investigadores.
O adolescente foi levado para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) II, onde prestou depoimento e foi autuado em flagrante por ato infracional análogo ao crime de falso alarme.
A reportagem não divulgará o nome do colégio envolvido, para não gerar pânico entre a comunidade escolar, uma vez que foram tomadas providências, e o plano não se concretizou. A assessoria da instituição informou que o perfil com as ameaças foi apagado do Instagram.
Comunicado da escola
“Nossa unidade Jequitibá, em Águas Claras, foi vítima de mensagens em tom ameaçador numa rede social. Diante do ocorrido, tomamos as medidas cabíveis, acionando a Delegacia de Crimes Cibernéticos e o Batalhão Escolar da Polícia Militar, que estiveram presentes na escola hoje.
O autor das mensagens foi identificado e não esteve presente na unidade esta manhã. O caso e as próximas ações estão sendo conduzidos pelas autoridades locais.
Na entrada dos alunos, tranquilizamos as famílias e recebemos, normalmente, todos para participarem das aulas e atividades. A direção, juntamente com o Batalhão Escolar, passou em todas as salas de aula e conversou com as turmas para esclarecer sobre o caso.
Temos certeza de que a parceria família-escola-comunidade é uma das chaves para evitar situações como essa e fortalecer nossos jovens, formando cidadãos empáticos e conscientes. Seguiremos atendendo as turmas e aproveitando nossos projetos de inteligência de vida e saúde emocional para trabalhar reflexões sobre o tema.”
Casos semelhantes
Nessa segunda-feira (27/3), uma professora foi assassinada a facadas, em São Paulo, em ataque cometido por um estudante que invadiu a Escola Estadual Thomazia Montoro, na zona oeste da cidade. O assassino feriu outros quatro educadores e um aluno.
No domingo (26/3), o Centro Educacional (CED) 1 do Riacho Fundo 2 registrou o terceiro caso de ameaça de massacre em escolas do Distrito Federal em uma semana. Um aluno do 2º ano do ensino médio chegou a enviar a foto de uma arma em um grupo de WhatsApp e escreveu: “Vou aparecer com o ‘oitão’ segunda-feira. É melhor todo mundo faltar”.
No último dia 21, uma estudante do 8º ano do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 1 da Candangolândia encontrou um escrito com ameaça de massacre, no banheiro feminino do colégio. A ação aconteceria na sexta-feira (24/3). Na data informada, apenas 92 estudantes, dos cerca de 600 matriculados, compareceram às aulas, segundo um funcionário da escola.
Um dia antes, um adolescente de 14 anos havia sido apreendido com um revólver, após a PMDF ter acesso a mensagens de que ele planejava um massacre em uma escola infantil de Santa Maria. Posteriormente, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) resumiu a situação a “puro exibicionismo”.