Asa Sul: pousada onde dois morreram não tem extintor de incêndio
Os moradores tentaram conter o incêndio, mas não havia extintor. O Corpo de Bombeiros foi acionado
atualizado
Compartilhar notícia
Moradores da pousada clandestina incendiada, na madrugada desta sexta-feira (3/5), relataram que o local não contava com extintor de incêndio, sinal de alerta e, tampouco, luzes de emergência.
Os quartos são alugados por valores que variam entre R$ 500 e R$ 700. No momento do incêndio, o imóvel tinha ao menos 22 pessoas. Duas morreram.
Um dos moradores contou que paga aluguel de R$ 700 e que está na pousada há cerca de um mês. O homem lembrou que, na noite de quinta-feira (2/5), foi até a cozinha para beber água quando sentiu um forte cheiro de fumaça. Em determinado momento, a casa ficou sem energia e a fumaça tomou conta dos quartos.
Os moradores tentaram conter o incêndio, mas não havia extintor. O Corpo de Bombeiros foi acionado.
As equipes encontraram uma pessoa morta, ainda não identificada, em um dos banheiros. Os militares também socorreram um homem, identificado como Ronaldo Aparecido Barbosa, 56 anos, ao Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), mas a vítima não resistiu.
Crack
Preso por causar incêndio na pousada, Elizando Rodrigues Morais, 45 anos, afirmou que estava usando crack em seu quarto antes da tragédia que vitimou as duas pessoas. Ele foi preso em flagrante pela Polícia Militar e encaminhado à 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul).
A coluna apurou que Morais morava no local. Ele relatou que deixou o isqueiro em cima da cama e foi conversar com um vizinho. Este foi ouvido pelos policiais e revelou que o suspeito saiu do quarto e foi ao seu encontro para oferecer cocaína e contar que tinha rixa com outros moradores da casa.
Após cerca de 20 minutos, Elizando Rodrigues Morais acrescentou que foi avisado de que seu quarto estava pegando fogo e chegou a tentar apagar as chamas com um balde de água, mas o incêndio tomou grande proporção, o fazendo sair da pensão.
Uma outra testemunha também afirmou para Polícia Militar que Elizando justificou o incêndio para os demais moradores dizendo que deixou o celular carregando.
Combate às chamas
As equipes de Socorro do 15º GBM (Asa Sul) e do 1º GBM (Esplanada dos Ministérios) atuaram no combate às chamas, iniciadas pouco depois da 0h.
“Imediatamente o combate às chamas foi iniciado enquanto uma equipe de salvamento iniciou a varredura à procura de possíveis vítimas retidas na edificação. Após o adentramento na edificação foi verificado que havia chamas também no subsolo do prédio, onde houve a necessidade de realizar o combate ao fogo, nos fundos do prédio (área verde)”, afirmou a corporação.
Ainda segundo os bombeiros, havia 32 quartos no local, sendo 13 independentes, 10 no térreo e 9 no primeiro piso. “O mobiliário da maioria das unidades (cômodos independentes) foram parcial ou totalmente consumidos pelas chamas”, disso, acrescentando que colchões, roupas entre outros objetos foram perdidos.
A W3 chegou a ficar totalmente bloqueada para os trabalhos dos bombeiros. As casas vizinhas não foram atingidas pelas chamas.