Arsenal de auditor do DF Legal preso seria usado para grilagem
As armas estavam na casa de um auditor da ativa do DF Legal, em Taguatinga. Servidor foi preso em flagrante
atualizado
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A Delegacia de Repressão à Corrupção (Drcor) investiga se o arsenal, com cerca de 18 armas, encontradas na casa de um dos auditores fiscais do DF Legal, preso na manhã desta sexta-feira (20/5), era usado para grilagem de terras.
“Esse auditor que foi preso em flagrante por não possuir o registro das armas de fogo informou que a princípio seria colecionador e atirador. No entanto, estamos investigando a possível conexão do uso dessas armas para invasão de terras, uma possível conexão com a grilagem de terrenos. Mas precisamos aprofundar um pouco melhor”, disse o delegado conduziu as investigações, Gabriel Oliveria Eduardo, da Drcor.
Auditores do DF Legal presos usavam grupo de mensagem para esquema
Confira as armas:
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As armas estavam na casa do auditor da ativa, em Taguatinga. “O proprietário dessas armas, além de ter sofrido as buscas, também foi preso em flagrante”, revela. O servidor alegou ser atirador, mas não conseguiu comprovar e não tinha posse dos objetos.
“Encontramos algumas armas que não eram legalizadas. Fomos cumprir o mandando e nos deparamos com um arsenal, digamos assim, devido a quantidade de armamento apreendido. A origem não foi comprovada, não estão devidamente registradas”, explica o delegado.
DF Legal: auditores presos são suspeitos de cobrar para não fiscalizar
Grupo de mensagens
Os auditores também mantinham um grupo de mensagens, onde, sob cobrança, avisavam antecipadamente sobre as operações fiscalizatórias do DF Legal. Somente em um dos casos, R$ 300 mil foi cobrado.
“A gente conseguiu apurar a existência de um grupo de aplicativo de mensagens, onde os participantes efetuavam pagamentos semanais para permanecerem e receberem informações sobre operações de fiscalização que ocorreriam nos dias seguintes”, revela o delegado Gabriel Oliveira Eduardo, da Drcor.
“Eles recebiam essas informações de forma antecipada para poderem se precaver e não serem pegos nas irregularidades”, complementa.
Segundo a PCDF, após receber denúncias anônimas, a corporação identificou diversas provas que indicam que os investigados receberiam ou cobrariam vantagens indevidas para não fiscalizar determinados imóveis e pessoas; emitir indevidamente autorizações diversas, como alvarás de construção e cartas de Habite-se; reduzir ou extinguir, ilicitamente, débitos e taxas; cancelar, irregularmente, autos de infrações, embargos e interdições; repassar informações sigilosas sobre data e local de ações fiscalizatórias; entre outros.
“Clientes”
Foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão em diversas regiões do Distrito Federal, assim como em Alexânia (GO), no Entorno, e Goiânia (GO). Também foram cumpridos três mandados de prisão temporária, expedidos em desfavor do núcleo principal de investigados, composto por dois auditores fiscais e uma terceira pessoa, responsável por captar “clientes” e fazer a intermediação das negociações com os servidores públicos, enquanto estes, de fato, executavam as ilegalidades. Os “clientes” identificados até o momento também foram alvo de buscas.
Apurou-se, ainda, que um dos auditores investigados está aposentado. Porém, apresentava-se como se da ativa fosse a fim de praticar as fraudes. Dessa forma, os suspeitos podem responder pelos crimes de associação criminosa, concussão, corrupção, entre outros que devem ser apurados minuciosamente. Somadas, as penas podem chegar a 27 anos de prisão.
A Secretaria da DF legal colaborou com a Polícia Civil durante as diligências.
Ludíbrio
A Operação Ludíbrio, da qual participaram 100 policiais, foi assim batizada em razão de o termo ser sinônimo de “engano” e de “burla”, já que ficou constatado que os investigados, de má-fé, ludibriam as ações fiscalizatórias estatais.
O outro lado
Em nota, a secretaria DF Legal informou “que cooperou desde o primeiro momento com todas informações”. Acrescentou que “não coaduna com nenhum tipo de irregularidade e é pautada pela transparência e honestidade de seu trabalho para a população do Distrito Federal”.
A pasta destacou que um processo foi instaurado na Corregedoria para apurar os fatos no âmbito administrativo.
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