No momento da nova confusão, acontecia um torneio interclasse. Uma orientadora questionou a presença dos jovens que assistiam a partida, por estarem envolvidos no dano citado anteriormente.
Os alunos então correram para dentro de um dos banheiros. Na tentativa de se livrar, um dos garotos acabou acertando o nariz do policial. Além da agressão, um dos vasos do banheiro da instituição acabou depredado.
Segundo a Secretaria de Educação, quatro adolescentes entraram na escola, mas apenas dois se envolveram no episódio. Destes, três não estudam no período vespertino.
“Por este motivo, os policias que trabalham no CED 1 pediram para que estes adolescentes se retirassem do ambiente escolar naquele horário. Durante a situação, dois desses estudantes foram até o banheiro, onde quebraram um vaso sanitário e depois agrediram um policial militar”, informou a pasta.
Violência no CED 01
O centro funciona sob gestão compartilhada, ou seja, os profissionais da educação ficam responsáveis pelo trabalho pedagógico, e profissionais da segurança, pela disciplina.
O comportamento dos alunos após o retorno às aulas presenciais tem acendido alerta no país. No Distrito Federal, por exemplo, o início do ano letivo de 2022 foi marcado por violência em diversos centros de educação
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Segundo levantamento realizado pelo Metrópoles, levando em consideração dados da Polícia Civil do Distrito Federal obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, até 7 de abril foram registradas 581 ocorrências de crimes praticados em ambientes escolares, o que representa cinco situações por dia
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O estudo identificou ainda que, em cinco anos, foram registados mais de 10 mil casos de violência dentro de faculdades e escolas da capital. Os anos de 2018 e 2019, por exemplo, apresentaram os maiores índices do período, com 3.540 e 3.198 registros, respectivamente
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Em 2020, durante o período de isolamento social devido à pandemia da Covid-19, houve uma redução no número de crimes. Já em 2022, no entanto, os casos voltaram a subir
A Flourish chart
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Ainda de acordo com o levantamento, mais da metade das ocorrências foram em escolas públicas, seguida de colégios e faculdades particulares. Cidades como Ceilândia, Taguatinga e Brasília tiveram a maior taxa de violência registrada
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Entre os principais tipos de crime estão: furtos, ameaças, injúria e lesão corporal. No que se refere ao gênero das vítimas, as mulheres são as mais atingidas, em 49% das ocorrências. Homens representam 39,5% dos números
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Em março deste ano, a violência assustou pais e alunos de escolas públicas. Em menos de uma semana, ocorreram ao menos quatro casos de brigas violentas em instituições de ensino. Em dois deles, estudantes chegaram a ser esfaqueados
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Em abril, imagens de uma mulher sacando uma arma e apontando para uma aluna durante briga na porta da escola chocou internautas e desesperou pais, professores e a própria comunidade
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Recentemente, outra filmagem de briga em escola passou a circular nas redes sociais. No vídeo, um rapaz agride uma estudante com tapas e puxões de cabelo dentro da sala de aula. Imagens foram feitas pelas câmeras de segurança da escola
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Após os casos, o Governo do Distrito Federal criou um plano de emergência para coibir violência nas escolas. O projeto envolve as secretarias de Educação, da Segurança Pública, da Saúde, da Juventude, Esporte e Justiça e deve ser implementado até junho
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Entre as medidas estão distribuição de cartilha sobre convivência, apresentação de palestras educativas e atividades culturais, a começar por escolas com maiores índices de violência
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Em 30 de maio, outro adolescente levou spray de pimenta no rosto e acabou algemado depois de policiais apartarem uma briga no CED 01. As imagens também foram divulgadas nas redes sociais.
Duas semanas depois da troca de gestão, novos vídeos mostraram mais brigas entre estudantes. Uma delas teria sido travada dentro de sala de aula. A outra ocorreu na rua, fora do colégio militarizado.