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Advogados são multados por tumultuar processo de padres que desviaram R$ 2 mi de igrejas

A Justiça determinou que os advogados dos réus paguem multa no valor de 30 salários mínimos

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Igreja em Formosa
1 de 1 Igreja em Formosa - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A partir de um pedido do Ministério Público de Goiás (MPGO), o Juízo da 2ª Vara dos Feitos Relativos às Organizações Criminosas e Lavagem de Capitais do Estado de Goiás determinou a aplicação de multa aos advogados dos denunciados na Operação Caifás. Conforme sustentado pelo MPGO, os defensores dos réus agiram com demora injustificada na apresentação das alegações finais, num contexto de tumulto processual promovido com o objetivo de retardar a ação penal.

Pela decisão, os advogados Lucas de Castro Rivas, Mateus Lôbo Silva, Bruno Jorge Opa Mota, Carlos Ribeiro de Oliveira, Bruna das Chagas Pereira e Vanderlei Maceno de Oliveira deverão pagar multa no valor de 30 salários mínimos. Também deverá ser remetida cópia da decisão à Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional de Goiás – para ciência e a adoção das providências cabíveis visando a eventual sanção disciplinar.

Acolhendo a argumentação do MPGO, a decisão aponta ter sido verificada “situação processual reveladora de indevida utilização de estratégias procrastinatórias, que eternizam a tramitação do feito, incompatíveis com o regular exercício de direito de defesa dos réus, caracterizando abuso do direito de defesa”. A Justiça também determinou que os réus escolham outros advogados.

Operação Caifás

Deflagrada em março de 2018, a Operação Caifás apurou um esquema de desvio de dinheiro e apropriação indébita de recursos da Diocese de Formosa. Foram denunciados o bispo Dom José Ronaldo Ribeiro; o monsenhor Epitácio Cardozo Pereira; os padres Mário Vieira, Moacyr Santana, Tiago Wenceslau e Waldson José de Melo; os empresários Antônio Rubens Ferreira e Pedro Henrique Costa Augusto, e o secretário da Cúria, Guilherme Frederico Magalhães.

Os religiosos, conforme o MPGO, teriam usado os recursos desviados dos dízimos para comprar fazenda e lotérica em Posse (GO). A última seria usada, com base nas diligências, para lavar o dinheiro. Os promotores ainda descobriram que a Diocese de Formosa contava com 160 veículos registrados, sendo que, na jurisdição, existem 33 paróquias.

A maioria desses carros é de luxo e custa mais de R$ 100 mil cada. Além dos automóveis, a Caifás descobriu que as autoridades religiosas tinham joias e relógios de marca.

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