Acusado de torturar mulher, coronel da PMDF escondia arma em pantufa
A mulher, casada há 40 anos com o acusado, chegou a relatar que o policial militar dormia com a arma apontada para ela
atualizado
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Por determinação da Justiça do Distrito Federal, policiais da 38ª Delegacia de Polícia (Vicente Pires) fizeram buscas na casa de um coronel reformado da Polícia Militar do DF (PMDF), de 76 anos. O homem é acusado de torturar a companheira por 40 anos. A mulher chegou a relatar que o marido dormia com a arma apontada para ela.
Durante as buscas, os policiais encontraram um revólver carregado escondido em uma pantufa de couro. O calçado estava dentro de uma sapateira. Veja:
Em decisão assinada na última segunda-feira (23/5), o juiz Carlos Bismarck de Azevedo Barbosa além de deferir o pedido de busca e apreensão, também concedeu medida protetiva à vítima.
“A palavra da vítima tem grande relevância nesse momento processual, pelo que a informação por ela trazida no sentido de que tem sido vítima de violência doméstica ao longo dos anos, que seu esposo é militar reformado e atualmente sofre de demência, demonstra a necessidade de se conceder medidas para a sua proteção”, disse.
“Deste modo, em face da gravidade dos fatos narrados e a fim de evitar a ocorrência de novos desentendimentos entre as partes que culminem em violência doméstica em desfavor da vítima, devem ser deferidas as medidas protetivas de proibição do agressor de se aproximar da vítima, bem como a proibição do autor de frequentar a residência da vítima, mantendo distância mínima de 300m do local”, completou o magistrado.
O juiz destacou que a situação de vulnerabilidade da vítima se torna grave porque o autor “é militar reformado, possuindo arma de fogo, já ameaçou lhe matar e está sofrendo de problemas mentais”. Não há laudo, porém atestando a demência do acusado.
Memória
A mulher, de 60 anos, procurou a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) para denunciar série de abusos e agressões cometidas pelo marido. Casada há mais de 40 anos, ela relatou rotina de pânico e violência na casa da família, na Colônia Agrícola Samambaia. A pedido da vítima, que tem filhos com o acusado, os nomes dos envolvidos serão preservados.
A ocorrência foi registrada, no último domingo (22/5), na 38ª Delegacia de Polícia (Vicente Pires), que apura os fatos. A mulher conta que, ao longo dos 40 anos de matrimônio, foi espancada, humilhada e proibida de trabalhar. Alertou aos policiais que, por ser coronel da PM, o companheiro está sempre armado. No último incidente, ao sair de casa, o militar chegou a dizer que, antes de morrer de velhice, a mataria.
Em uma tentativa de se salvar, a vítima chegou a procurar abrigo na casa do filho. Entretanto, ela conta que o PM segue com ameaças e foi alertada por familiares a se esconder.
A coluna não conseguiu contato com a defesa do militar. O espaço segue aberto para manifestação. A PMDF também foi acionada, mas a reportagem ainda não obteve resposta.
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