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Playboy da batida tinha salário de R$ 21 mil como comissionado na CLDF

O empresário Glauber Henrique Lucas tinha sido nomeado no começo de 2023 na CLDF, mas foi exonerado após ser preso pela operação da PCDF

atualizado

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Playboy da batida - Metrópoles
1 de 1 Playboy da batida - Metrópoles - Foto: Reprodução

O “playboy da batida” Glauber Henrique Lucas de Oliveira (foto em destaque), preso temporariamente pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), durante a Operação Coiote, ocupava um dos mais altos cargos comissionados na Mesa Diretora da Câmara Legislativa (CLDF). Segundo o Portal de Transparência da Casa, em abril de 2023, por exemplo, empresário recebeu remuneração bruta de R$ 21.737,95.

Deflagrada na segunda-feira (18/9), a operação Coiote desmantelou um esquema criminoso responsável por simular acidentes de trânsito e destruir carros de luxo a fim de receber altos valores de indenização pagos por seguradoras. De a acordo com a PCDF, Glauber Henrique seria um dos líderes da organização criminosa. Pelos cálculos dos investigadores, o bando faturou pelo menos R$ 2 milhões forjando batidas violentas.

Em 3 de janeiro de 2023, Glauber Henrique foi nomeado para exercer o cargo de chefe de gabinete no gabinete do segundo secretário da Mesa. É um Cargo de Natureza Especial (CNE) 1. Sem qualquer desconto, o posto oferece remuneração bruta ainda maior, chegando a R$ 23.911,72. Nesta terça-feira (19/9), o Diário da CLDF publicou a exoneração do “playboy da batida”.

O Metrópoles entrou em contato com a CLDF sobre o caso. Segundo a Casa, ao tomar conhecimento do caso, a direção do Legislativo decidiu demitir o comissionado. Além disso, a Câmara repudiou qualquer tipo de ato criminoso.

Leia a nota completa:

A Câmara Legislativa informa que, ao tomar conhecimento da operação envolvendo o respectivo servidor, resolveu demiti-lo por repudiar qualquer tipo de ato criminoso. Dessa forma, esta Casa espera que os fatos possam ser devidamente apurados e esclarecidos pela Polícia Civil do DF.

Golpe no golpista

Segundo as investigações, Glauber Henrique teria faturado alto com os golpes, mas não admitia ser “passado para trás”. O suspeito registrou pelo menos duas ocorrências na PCDF em que figura como vítima. Em uma delas, alega que, em abril deste ano, fizeram três compras utilizando o cartão de crédito dele, totalizando R$ 261. Os valores não haviam sido reconhecidos pelo “playboy da batida”.

Em outro caso, ocorrido em abril do ano passado, o empresário que liderava o esquema para embolsar os valores dos seguros registrou outra ocorrência de estelionato, mas novamente “provou do próprio veneno”. Glauber levou prejuízo ao ter dados clonados em um programa de milhas usado para abater valores de passagens aéreas. No golpe, terceiros usaram os pontos do empresário para compra de passagens. Mesmo após o registro de ocorrência, o playboy da batida não recebeu os pontos de volta.

Veja imagens registradas pelo empresário preso pela PCDF:

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Ele integrava um esquema criminoso responsável por simular acidentes de trânsito e destruir carros de luxo para receber altos valores de indenização pagos por seguradoras
O suspeito de integrar a organização criminosa, desde 2015 faturou R$ 2 milhões simulando 12 acidentes ao destruir 25 veículos de luxo de montadoras como Porsche, Audi, BMW, Mercedes e Volvo
Estruturado, o grupo criminoso era formado por um empresário, uma advogada, um ex-policial militar do DF, a mulher do PM e outros dois integrantes
A cada ação, há diminuição de simulações de acidente em Brasília, o que reduz o risco das seguradoras e, consequentemente, o preço do seguro do brasiliense”, disse o delegado-chefe da 18ª DP, Fernando Cocito
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Glauber Henrique foi preso temporariamente no âmbito da Operação Coiote

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Ele integrava um esquema criminoso responsável por simular acidentes de trânsito e destruir carros de luxo para receber altos valores de indenização pagos por seguradoras

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O suspeito de integrar a organização criminosa, desde 2015 faturou R$ 2 milhões simulando 12 acidentes ao destruir 25 veículos de luxo de montadoras como Porsche, Audi, BMW, Mercedes e Volvo

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Estruturado, o grupo criminoso era formado por um empresário, uma advogada, um ex-policial militar do DF, a mulher do PM e outros dois integrantes

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A cada ação, há diminuição de simulações de acidente em Brasília, o que reduz o risco das seguradoras e, consequentemente, o preço do seguro do brasiliense”, disse o delegado-chefe da 18ª DP, Fernando Cocito

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Organização criminosa

Nas primeiras horas dessa segunda-feira (18/9), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desencadeou megaoperação para desmantelar organização criminosa especializada em simular acidentes de trânsito e destruir carros de luxo para receber altos valores de indenização pagos por seguradoras.

Estruturado, o grupo criminoso era formado por um empresário, uma advogada, um ex-policial militar do DF, a mulher do PM e outros dois integrantes. O bando, de acordo com as investigações, faturou pelo menos R$ 2 milhões forjando acidentes violentos, com perda total dos veículos, para embolsar o dinheiro do seguro.

Outro “cabeça” da organização criminosa é o ex-policial militar Rosemberg de Freitas Silva. Ele foi expulso da PMDF por causa da emissão de 150 cheques sem fundos. Os veículos em nome do ex-militar chamam a atenção pelos altos valores. A coluna apurou que Rosemberg é dono de duas Porsches Cayenne, uma moto BMW R1250 e outra Honda PCX, além de três carros de menor valor, como um Honda Fit e um Hyundai HB20.

“Esta é quinta operação da PCDF contra fraudes no recebimento de indenização de seguro de veículos. A cada ação, há diminuição de simulações de acidente em Brasília, o que reduz o risco das seguradoras e, consequentemente, o preço do seguro do brasiliense”, disse o delegado-chefe da 18ª DP, Fernando Cocito.

Veja carro destruídos pelos playboys da batida:

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Fábrica de acidentes

A organização criminosa tinha um modus operandi definido no momento de comprar um determinado carro, circular com ele por alguns meses e depois planejar a colisão. As batidas sempre ocorriam em locais ermos e escuros, para dificultar a presença de testemunhas. Os integrantes do esquema adquiriam veículos importados de certo tempo de uso e de difícil comercialização, alguns ainda avariados.

Os investigadores descobriram que os veículos eram consertados e, logo depois, os criminosos contratavam seguros, sempre com valor de indenização correspondente a 100% da tabela Fipe, muito superior ao valor de aquisição e conserto dos carros. Para driblar o mercado segurador e dificultar a descoberta de vínculos criminosos, o bando se revezava na condição de proprietário, contratante do seguro, condutor, terceiro envolvido no acidente e recebedor da indenização, às vezes via procuração.

Da mesma forma, para dificultar a apuração policial, os membros da organização criminosa registravam as ocorrências dos acidentes por meio da Delegacia Eletrônica, afastando questionamentos da polícia judiciária sobre as circunstâncias dos supostos acidentes. Em seguida, o bando dava entrada no processo para o recebimento da indenização do seguro, sempre com base na tabela Fipe.

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