8/1: alvo da PF, advogada do DF denunciou golpe em clínica de estética
Margarida Marinalva de Jesus Brito é alvo de mandado de prisão no âmbito da Operação Lesa Pátria, deflagrada pela PF
atualizado
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A advogada do Distrito Federal Margarida Marinalva de Jesus Brito (foto em destaque), alvo de mandado de prisão no âmbito da Operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal (PF) contra participantes dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, já chegou a procurar a Polícia Civil (PCDF) para denunciar que foi vítima de golpe em uma clínica de estética em Taguatinga.
Em 2 de junho do ano passado, Margarida Brito foi até uma clínica fazer um procedimento contra flacidez. Ela informou que o preço combinado era de R$ 8 cada disparo do dispositivo no tratamento facial.
No total, segundo ela, daria cerca de R$ 400. Porém, quando os técnicos terminaram de atirar a pistola de laser a conta chegou a R$ 2,4 mil. A quantia superior foi debitada do cartão da suposta vítima. A advogada, então, registou ocorrência na 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga) por furto mediante fraude.
Lesa Pátria
Agora, a mulher voltou a virar objeto de investigação, dessa vez, pela Polícia Federal. Segundo a corporação, ela é apontada como responsável por recolher celulares de golpistas, para que eles não fossem identificados.
A investigação contra a advogada do DF integra a 17ª fase da Operação Lesa Pátria. No total, foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e 10 de busca e apreensão contra 10 alvos, espalhados pelos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Paraná e o Distrito Federal.
O objetivo dessa etapa do Lesa Pátria é a identificação de participantes que financiaram os ataques antidemocráticos realizados em 8 de janeiro deste ano.
Naquele dia, milhares de pessoas entraram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF. Além da prisão dos envolvidos na data, a PF está atrás também de pessoas que “instigaram, financiaram e fomentaram os fatos”.
Advogada de direita
Margarida residia em Águas Claras, no Distrito Federal, e teria feito parte do Movimento Advogados de Direita (MADBR). Um documento do MADBR, encontrado pelo Metrópoles, leva o nome da advogada em meio aos apoiadores, e ressalta a “importância da votação para a Presidência do Senado Federal em 1 de fevereiro de 2023, quando essa casa representativa dos Estados do Brasil elegerá um novo Presidente para o Senado Brasileiro”.
O documento afirma que a “omissão” dos senadores “causou um mal que julgamos quase irreversível, posto que permitiu que aqueles que deveriam guardar o cumprimento de nossa Carta Magna, a vilipendiassem diuturnamente, razão pela qual o país jaz em completo estado de exceção enquanto o povo brasileiro segue assustado com tamanha insegurança jurídica, submetido que está a toda sorte de arbitrariedades insanas”.
O Metrópoles tenta entrar em contato com o MADBR, mas ainda não obteve retorno.
Confira a íntegra da nota enviada pela OAB sobre a investigação envolvendo a advogada:
“A OAB/DF informa que a dra. Margarida Marinalva é conselheira da Subseção de Águas Claras e que sua inscrição não possui qualquer registro de suspensão. Os procedimentos éticos dentro da OAB, por lei, são sigilosos e prezam pelo devido contraditório e ampla defesa. Por fim, a OAB esclarece que, desde o início das investigações que deram origem ao decreto de prisão, tem atuado como terceiro interessado em favor da dra. Margarida, pois o que temos até o momento nos autos dá a entender que sua atuação se deu dentro dos limites da advocacia. Não tivemos ainda acesso à decisão para conhecer os fundamentos por ela invocados e saber quais as próximas providências, mas não admitiremos jamais a criminalização da advocacia.”