Na delegacia, bolsonarista alega ter sido agredida por enfermeiras primeiro
Mulher afirmou que estava na Praça dos Três Poderes, no Dia do Trabalhador, para uma manifestação em favor do presidente da República
atualizado
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Em depoimento prestado na 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), na tarde de segunda-feira (11/05), a empresária que aparece em imagens agredindo verbalmente um grupo de enfermeiros afirmou que “reagiu”porque foi “agredida primeiro” pelo grupo da saúde. As informações foram apuradas pelo Metrópoles.
Marluce Gomes, de 44 anos, alegou que estava na Praça dos Três Poderes, no Dia do Trabalhador (1º/05), para uma manifestação em favor do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). A empresária de Palmas (TO) também afirmou que conhecia alguns dos também suspeitos de agressão.
Um deles é o ex-funcionário terceirizado do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Renan da Silva Sena, o qual ela chama de Dr. Renan. O homem chegou a xingar e cuspir em enfermeiras, segundo imagens e depoimentos.
O depoimento foi demorado e contou com algumas partes desconexas. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) começou a colher o relato das enfermeiras e profissionais de saúde agredidos na última semana, enquanto protestavam por melhores condições no trabalho contra o novo coronavírus.
O caso ganhou repercussão nacional após os vídeos viralizarem nas redes sociais. Nesta terça-feira (12/05), os investigadores vão ouvir representantes do Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF).
Marluce Gomes é dona de uma empresa de eventos em Palmas (TO). Quatro dias após o protesto que terminou em insultos, a mulher esteve no Palácio da Alvorada, onde conversou com o presidente Bolsonaro, do lado de fora da residência oficial. Pediu perdão, mas levantou a hipótese de haver infiltrados no ato promovido pelos profissionais de saúde..
Outros envolvidos
Um dos envolvidos no caso é Renan da Silva Sena. Ele atuou no ministério chefiado por Damares Alves como analista de projetos do setor socioeducativo. O contrato dele foi feito por intermédio da G4F Soluções Corporativas Ltda. Contratada por R$ 20 milhões, a empresa presta serviços nas áreas de apoio administrativo e operacional à pasta, e demitiu o funcionário no último dia dia 4.
Nas redes sociais, Renan costuma fazer publicações em apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Ele também segue o chefe do Executivo nacional em agendas na Esplanada dos Ministérios.
Uma terceira pessoa envolvida é um influenciador de direita de 38 anos. Morador de Goiânia, ele esteve em Brasília no começo do mês para participar dos atos a favor do presidente no dia 3 de maio. O homem postou inúmeros vídeos da estadia dele na capital, mas não mencionou o episódio da agressão no dia 1º de maio.
Veja vídeos do caso: