metropoles.com

Mulheres vão a delegacia para fazer reconhecimento de maníaco do DF

Vítimas que denunciaram Marinésio Olinto estarão na unidade policial do Paranoá. Suspeito de vários crimes, ele confessou dois assassinatos

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Michael Melo/Metrópoles
homem de roupa branca algemado
1 de 1 homem de roupa branca algemado - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O cozinheiro Marinésio dos Santos Olinto, 41 anos, será levado para a 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) nos próximos dias. A data exata, contudo, ainda será definida. Mulheres que procuraram a unidade para denunciar o maníaco farão o reconhecimento do homem.

A polícia organizará um esquema de segurança, possivelmente com o apoio de homens da Divisão de Operações Especiais (DOE). O objetivo é evitar que o clamor da população por justiça se transforme em uma tentativa de agressão a Marinésio, que confessou ter matado Letícia Sousa Curado, 26 anos, e Genir Pereira de Sousa, 47, com as próprias mãos, por esganadura. Esses crimes foram cometidos neste ano, em 23 de agosto e 2 de junho, respectivamente.

Uma mulher que procurou as autoridades recentemente, para denunciar que teria sido atacada pelo maníaco, também será ouvida na delegacia e participará do reconhecimento. Ela supostamente foi atacada na região do Paranoá.

Os investigadores querem evitar que casos de desaparecimento ou de estupro cometidos por outros suspeitos sejam direcionados a Marinésio. “É natural que, com a grande repercussão, ocorrências sem elucidação comecem a ser revistas. No entanto, o trabalho precisa ser feito com muito cuidado, para que a autoria seja apontada com exatidão”, explicou uma fonte policial ouvida pela reportagem e que pediu para ter o nome preservado.

Nos últimos dias, Marinésio revelou aos investigadores detalhes da rotina que levava em Planaltina antes de ser preso no último domingo (25/08/2019). Ele afirmou que tinha o hábito de pegar o carro nos dias de folga e circular pela cidade, atrás de mulheres. Contou que costumava abordar as que estavam sozinhas em paradas de ônibus.

Na versão dada aos policiais, ele ressaltou que oferecia carona para a Rodoviária do Plano Piloto e, no trajeto, assediava as vítimas. Pelas contas do maníaco, seriam pelo menos 10. Entretanto, ele negou estar envolvido em outras mortes, além das de Letícia e Genir, ou estupros.

Mais depoimentos

Nessa quinta-feira (29/08/2019), Marinésio prestou depoimento por cerca de nove horas na Divisão de Repressão a Sequestros (DRS). A especializada apura o desaparecimento da empregada doméstica Gisvênia Pereira dos Santos, 33 anos. O maníaco negou envolvimento no caso e disse não conhecer a moradora do condomínio Nova Colina, em Sobradinho. No entanto, informações complementares prestadas por ele serão alvo de novas diligências.

Gisvênia foi vista pela última vez em 6 de outubro de 2018, em um posto de combustíveis da BR-020. Desde então, o caso tem sido tratado com prioridade pela DRS. Outros possíveis suspeitos já foram interrogados. Os detalhes da investigação, no entanto, não podem ser revelados, pois o inquérito segue em sigilo.

A polícia apura também a participação de Marinésio em outros ataques. Os crimes variam entre assédio, sequestro, estupro e homicídio. Os investigadores da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) trabalham para encontrar elementos que possam associá-lo aos supostos crimes, cometidos desde 2012, ou descartar o envolvimento dele nessas ocorrências.

Policiais ouvidos pela reportagem afirmaram que, durante as oitivas, Marinésio não demonstrou arrependimento ou remorso por ter cometido os crimes. Lamenta por ter sido preso e pelas consequências da exposição dos fatos, principalmente por colocar como alvo da ira de populares a mulher e a filha.

Enquanto os casos não são relatados e remetidos à Justiça, o acusado segue preso na carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE). Após ser ameaçado por outros internos, precisou ser isolado. O cozinheiro recebe apenas a visita do advogado.

Confira a lista de casos em que Marinésio é suspeito:

1) Letícia de Sousa Curado – Desaparecida após sair para o trabalho, em 23 de agosto de 2019, e encontrada morta três dias depois;

2) Genir Pereira de Sousa – Desaparecida em 2 de junho deste ano, após sair do trabalho, e encontrada morta 10 dias depois;

3) Gisvânia Pereira dos Santos Silva – Desaparecida em outubro de 2018, em Sobradinho;

4) Irmãs atacadas – As vítimas contaram ter fugido do ataque de Marinésio um dia depois de ele ter matado Letícia, em Planaltina;

5) Adolescente de 17 anos – Jovem diz ter sido estuprada em área de pinheiros, abandonada e chamada de “lixo”;

6) Moradora do Paranoá, 42 anos – A mulher diz ter sido estuprada por Marinésio em 2018;

7) Lays Dias Gomes – Desapareceu no dia 7 de julho de 2018, após sair de casa rumo a uma parada de ônibus, em Samambaia. Naquele dia, ela não chegou a dizer à família para onde iria;

8) Vítima desaparecida no Paranoá – Caso de 2014 foi reaberto após semelhanças com modo de agir de Marinésio. A polícia não divulgou o nome;

9) Vítima desaparecida em Sobradinho – Essa ocorrência, entre 2014 e 2015, foi reaberta agora, após semelhanças com o modus operandi de Marinésio. O nome da vítima não foi divulgado pela polícia;

10) Babá moradora da Fercal – A vítima não teve o nome revelado, mas está desaparecida há um ano e meio, após ter se dirigido a uma parada de ônibus;

11) Mulher de 23 anos – Em agosto deste ano, conseguiu escapar do ataque após ameaçar se jogar do carro em movimento. Foi abordada na Rodoviária de Planaltina;

12) Marília de Lurdes Ferreira – Desaparecida em agosto de 2012, ela foi achada morta um mês depois, na linha férrea dos arredores do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA);

13) Caroline Macêdo Santos– A adolescente, de 15 anos, foi encontrada morta no Lago Paranoá em maio de 2018. A jovem era amiga da filha de Marinésio dos Santos Olinto e morava a 800 metros da casa do cozinheiro, no Vale do Amanhecer.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?